17.3.06

Bíblia com “aviso de conteúdo”

Imagem da Bíblia com Parental Advisory

Sim, isso mesmo! A Bíblia deveria ter uma aviso de conteúdo, o famoso “Parental Advisory” que entra em jogos com cenas de violência e livros ou produtos de conteúdo, digamos, adulto. Pode parecer um absurdo, mas outro dia estávamos falando sobre isso e não é que o papo rendeu.

Porque diabos temos que nos preocupar com conteúdo violento em filmes, quadrinhos, livros, revistas e jogos eletrônicos? Oras, quando lemos a Bíblia, o livro mais sagrado do mundo (não que seja realmente o mais sagrado, mas é que sagrado para a maior parte da população ocidental, então vamos aceitar a opinião da maioria – mesmo que eu ache que O Pequeno Príncipe seja mais sagrado que ela) vemos dentro dela cenas fortes de sexo, violência e conteúdo adulto.

Tudo bem, você tem o direito de me questionar, mas eu aprendi bem com os Testemunhas de Jeová, que batiam na minha porta em Sorocaba quase todos os domingos e com os quais ficava discutindo horas e horas, que quando você não tem argumentos válidos (ou quer economizar tempo) é só citar uma passagem bíblica! Então, vamos “noés”:

Alegrar-se-á o justo quando vir a vingança; banhará os pés no sangue do ímpio.
- Salmos 58:10

Mas, ó SENHOR dos Exércitos, justo Juiz, que provas o mais íntimo do coração, veja eu a tua vingança sobre eles; pois a ti revelei a minha causa.
- Jeremias 11:20

Com ira e furor, tomarei vingança sobre as nações que não me obedeceram.
- Miquéias 5:15

O SENHOR é Deus zeloso e vingador, o SENHOR é vingador e cheio de ira; o SENHOR toma vingança contra os seus adversários e reserva indignação para os seus inimigos.
- Naum 1:2

Sobe, ó espada, contra a terra duplamente rebelde, sobe contra ela e contra os moradores da terra de castigo; assola irremissivelmente, destrói tudo após eles, diz o SENHOR, e faze segundo tudo o que te mandei.
- Jeremias 50:21

Especialmente indico a leitura do livro Juízes do capítulo 19 ao 21 é uma história bem interessante, que possui um bom parâmetro do que é certo de acordo com o Velho Testamento - vocês vão se emocionar com a intriga de sexo e sangue!!!!

Olha só, isso porque foi um levantamento BEM superficial, eu nem gastei tempo falando sobre outras passagens fantásticas e que mereciam atenção – e algumas morais um tanto estranhas, quanto a da parábola do Filho Pródigo que tanta gente usa como “exemplo de tolerância e moral”.

Tem outra ainda, pois a Bíblia deveria ter um aviso também relacionado ao tempo de uso, algo do tipo:

“Deve ser utilizado entre 1 e 4 horas por dia no máximo, pois pode causar danos na interpretação da realidade, fanatismo religioso e, em casos mais sérios, atentados terroristas. Indica-se o uso com moderação e cautela por pessoas com problemas psicológicos, tendências a esquizofrenia, histórico de uso de drogas alucinógenas e outros problemas de cunho psiquiátrico – também deve ser afastado de idosos ou pessoas com propensão a credulidade crônica.”

Imagine só uma propaganda da Bíblica escrita de forma mais agressiva no melhor estilo PoliShop:

“Compre a Bíblia Sagrada: um livro com conflitos pessoais, assassinatos, conspirações, guerras, sexo, terror e assuntos paranormais – não perca o volume especial, com uma réplica em resina de David estourando a cabeça de Golias. Não perca essa oportunidade. Se você comprar agora ainda leva de brinde um livro de ‘Perguntas e Respostas Religiosas Para Seus Filhos’, respondendo questões como ‘Por que Jesus Cristo tinha cabelos compridos como uma bicha?’ e ‘Papai Noel é o Diabo?’.”

Oras, e não foi só a gente que pensou nisso, o assunto já roda por aí há um tempo e achei uma matéria, em inglês, intitulada “Bibles to be Published With Parental Advisory Labels” (algo como “Bíblia é publicada com quadros de Aviso de Conteúdo”) – aliás, todo o site é ótimo, cheio de matérias pra lá de hilárias (só rindo mesmo).

Da próxima vez que chegarem perto da Bíblia, vejam se colaram o selinho lá. Se não o fizeram, então ignore-o da próxima vez que for comprar um jogo para os seus filhos ou sobrinhos ou primos, afinal, no Catecismo ou na Escola Dominical ele terá aprendidos coisas mais interessantes e com embasamento mais sério – oras, a Bíblia não está certa acima de todas as leis?

E se precisarem da Bíblica, vocês podem encontrar ela na Internet com um ótimo sistema de busca em http://www.bibliaonline.net . Boa sorte!

Caça às bruxas: agora vai ser com o The Crims!!!!

Quem não conhece o jogo The Crims levanta as mãos... e passa a grana! Tá, tá! É uma piada para quem já conhece. The Crims é um jogo “web based”, ou seja, você utiliza o browser para jogar, escolhendo o que se fazer durante uma seqüência de turnos. O jogo faz cálculos baseados em suas ações. Jogos “web based” são os pais dos tais jogos massivos online (World Of Warcraft e Ragnarok são dois bons exemplos) e foram muito populares lá fora durante a década de 90 (e até agora, viu?).

O que tem de tão especial então nesse tal The Crims? Simples, o jogo é engraçado por se basear na idéia que você vive em Crim City, uma cidade inspirada na idéia do Frank Miller chamada Sin City, onde o crime anda solto e você deve fazer o papel de um tipo de bandido dentro desse contexto. Você escolhe entre vários tipos de criminoso () e o seu objetivo é ganhar respeito dentro do submundo. Para ganhar respeito você deve fazer assaltos, que vão desde lojas de 1,99, passando por velhinhas, Casas Bahia e acabando, no modo solo, no Museu Nacional de Crim City.

Para você roubar é preciso que a sua barra de energia, chamada no jogo de “Estamina” esteja no mínimo necessário para efetuar os crimes. Para aumentar a sua energia você pode esperar o tempo passar ou usar drogas em boates e raves para que ela aumente. Com os roubos você ganha dinheiro que, por sua vez, é utilizado para usar mais drogas – você entra em um ciclo e, quando as drogas não surtem mais efeitos, deve ir para o hospital fazer uma desintoxicação. Só que não pára por aí. Com a grana que vai sobrando você pode fazer investimentos em putas e depois em fábricas de drogas – com o tempo você recolhe a grana das putas, o produto das suas fábricas e vende no tráfico de drogas.

Está bem, está bem. Este jogo é bem pior que um papo de jogadores de RPG do tipo “então, eu peguei a minha montante e arranquei o pescoço do dragão com um só golpe, mas o anão entrou no caminho e acabei decepando sua mão direita”.

O jogo é bem divertido e o sistema de regras permite que você se divirta sem deixar a sua vida de lado. Com o tempo você monta uma gangue dentro do jogo e pode fazer assaltos em grupo, o que é uma boa quando você tem um grupo grande de amigos nerds – isso rende várias e várias risadas durante finais de semana que poderiam ser tediosos.

Devido a essa temática, que flerta em muito com o jogo GTA, iniciou-se a perseguição. The Crims pode ser proibido para jogadores brasileiros ou seus donos processados por incentivar a violência ou o uso de droga entre os menores. Eu já vi esse tipo de besteira acontecer, quando teve aquele massacre lá em Columbine, nos Estados Unidos, e jogaram a culpa toda no tipo de música (Manson), no RPG, nos jogos de computador (Doom) e no cinema (Matrix). É tão mais fácil escolher um alvo e acertar ele com besteiras desse tipo, principalmente porque não é um jogo que deixa as pessoas mais ou menos violentas, mas sim a criação, a índole, a família e o momento – caso contrário era para eu ser um psicopata, porque eu ouço Manson, assisti Matrix várias vezes, jogo RPG e jogos de computador de tiro, mas ainda tenho um agravante, vivo perambulando pela noite e pelas baladas. Meu Deus, fiquei com medo de mim!

A culpa da violência não está na ficção, não é um filme ou um jogo que vão fazer com que uma pessoa se torne uma criminosa, mas uma série de aspectos que a sociedade prefere ignorar. O criminoso nasce porque os criamos todos os dias, na pressão do cotidiano, na falta de oportunidades, na facilitação ao acesso a drogas e armas de VERDADE, na diferença social, na falta de educação e nas disparidades que estão aí dia-a-dia nos jornais. Juro que com GTA eu não aprendi como espancar alguém até a morte e nem com The Crims eu aprendi a gerenciar um cartel de drogas – isso não se aprende em simuladores divertidos. Não virei um viciado porque prefiro usar Cogumelos Alucinógenos e Ópio ou por ter certeza que Heroína é cara e não dá retorno financeiro, pois isso são dados que eu uso somente para um jogo de computador imbecil que eu participo para matar o tempo livre e dar assunto pro final de semana chuvoso e massante!

Vão começar outra vez com o discurso politicamente correto e corremos o risco de não podermos mais fazer o que queremos, mesmo que seja inofensivo. Daqui a pouco vão nos colocar coleiras e sensores para saber o que estamos pensando, para que se tivermos algum pensamento violento possam expurga-los de nossa mente com eletro-choque.

Qual será o próximo alvo? Hein? The Sims? Star Wars? Eu não sei... mas logo ele virá!

P.S.: Uma foto ilustrativa você acha no meu fotolog!

13.3.06

Mudando o tom do discurso

Gente, olhem isso, eu nunca pensei que viria a ATARI (por favor, a empresa de videogames, please!) sofrendo por calote, carai!

Atari pode ser retirada da lista da Nasdaq - 12/03/2006 - UOL Jogos - UOL Jogos

Pra gente ver que nem as lendas sobrevivem por muito tempo, mas é tudo culpa da Eletronic Arts, afinal, alguém tem sempre que ser o culpado pras cagadas alheias, né? Não existe fortuna, infortúnios e nem mesmo competência - é tudo culpa de uma conspiração mundial.

Daqui a pouco, vão culpar a Blizzard também... rs rs rs rs rs rs!