Continuação dos posts que falam sobre o referendo. O texto é MUITO grande, estou quase fazendo uma página pra colocar na net com essas idéias... quem sabe assim as pessoas levam mais a sério, porque em blog, ninguém lê mesmo!!! :/
d. A idiota idéia do “direito de se ter uma arma”
Está preso no inconsciente humano que “é preciso se defender”. As pessoas então acreditam no direito que elas tem de se defender com o item mais perigoso que elas podem ter. Já que não vendem bombas atômicas domésticas (nem tanques e nem aviões de combate, droga!!!!) para você ameaçar o seu vizinho ou aquele assaltante de merda que queria levar a sua televisão, então o jeito é apelar para itens mais acessíveis.
O ladrão comum não é aquele bandido que aparece no noticiário das 20h com capuz e uma AR-15 na mão ou muito menos aquele que tem uma granada e vai arremessar sobre o capô do seu carro. Esse criminoso é um outro tipo de criminoso, que você não vai enfrentar com sua pistola guardada embaixo do travesseiro. O que você vai enfrentar será aquele ladrão que vai roubar para se sustentar ou comprar comida pra família ou drogas ou seja lá o que for, com um revólver como o seu, adquirido de um furto em uma outra residência ou comprado legalmente em algum momento.
Esse criminoso também tem o direito de possuir uma arma e vai usar ela para o crime. Tal direito existe porque as pessoas, em um momento qualquer, acharam que seria interessante se defender e está ligado com a sensação de poder que arma trás (já mencionada anteriormente).
Voltando ao tal “é preciso se defender”, a arma de fogo não é o problema da auto-defesa. Em algumas cidades medievais era proibido o porte de armas brancas (nome bonitinho dado para espadas, adagas, machados e outras coisas que furavam-cortavam-estripavam pessoas) dentro dos muros da cidade. Os únicos que podiam fazer isso eram nobres e agentes da lei. Fora dos muros da cidade, qualquer cidadão poderia ter uma dessas coisinhas meigas em mãos e poderia usar isso se necessário para furar os olhos daquele ladrãozinho sacana que roubava galinhas ou do amante da sua esposa se o pegasse em cima da dita.
O tempo passou e em algumas cidades mais modernas isso continuou a acontecer e com o tempo as pessoas começaram a perceber que manter armas em mãos civis sempre era problema, que o jeito era deixar isso nas mãos de agentes legais e magistrados, afinal, mortes causadas por bêbados e por outras figuras notórias da sociedade aconteciam aos montes por “acidente”.
Só que algum estúpido começou a usar a pólvora com fins militares e lá se foi tudo. A macheza de se empunhar uma arma branca nada era comparada à macheza de segurar um mosquete. No primeiro você tinha que estar perto demais do alvo para poder fazer um estrago significativo (e flechas, queridos, nem sempre eram úteis quando a briga estava acontecendo, mas sim para tocaias e jogo covarde!!!!) e no segundo você fazia um estrago bem maior e podia ficar a metro de distância – a coragem e a bravura ganharam significado totalmente diferente depois do mosquete, não tenham dúvidas.
Pronto, depois disso uma certa nação que todos conhecemos começou a usar as armas de fogo para massacrar índios e guerrear contra a Inglaterra e a França. Sim, são os norte-americanos, que mantiveram a idéia de que é preciso armas para defender seus lares e escreveram isso lá na constituição deles, como um dos itens essenciais de sua cultura. E deu no que deu, uma nação bélica que só sabe resolver as coisas no tiro, porque não tem coragem de fazê-lo no tapa (Hei, não lembram do Vietnam? Quando eles começaram a enfrentar o inimigo de igual para igual o que eles fizeram? Claro! Deram no pé rapidinho!).
Como eles mandaram no mundo por um bom tempo (e ainda mandam, assumamos), isso começou a tomar uma dimensão de dar medo. As armas entraram em nossa vida pelo cotidiano, pela televisão, pelo cinema, pelos quadrinhos e por tanto lugar que até acreditamos que elas eram mesmo necessárias.
Criamos uma indústria gigantesca que ganha bilhões por ano vendendo armas para civis e mais bilhões vendendo armas ainda mais potentes para os países que adoram gastar munição no vizinho (alguns gastam a munição internamente mesmo, sem dúvida). Sem contar que muitas das armas que deveriam alimentar a guerra dos paises brigões acaba escapando e caindo na mão do crime. E daí começam as pessoas a evocar outra vez o direito de se defender, mas dessa vez, por favor, chamem o Exército porque eu não posso com um AR-15 com bala de rastro, tá?!
(Continua, tem muito mais ainda!! Sim, eu perdi MUITO tempo escrevendo essa meleca toda, mesmo sabendo que não seria útil pra ninguém quase - acho que algumas pessosa vão acabar utilizando isso pra trabalhos escolares, só pra isso mesmo, afinal, ninguém precisa pensar, se gado é melhor que ser pastor).