As paredes nas portas das baladas e o complexo do umbigo sujo
Eu também não gosto das coisas que estão acontecendo na noite paulistana. Acho que falta infra-estrutura para que as casas noturnas se organizem, mas também existe gente que “não faz as coisas direito”.
Só que tem uma coisa super interessante nessa história toda: as pessoas ainda levantam o topete e colocam o seu ego lá em cima. Não adianta acusar o Prefeito de São Paulo de preconceito, porque as atitudes feitas não tem muito de ligação com isso. Mesmo que eu ache que a galera dos Jardins não gosta muito das “bichas” ou “drogados” e que role uma pressão muito grande para tirar essa “galera” de lá – mesmo sabendo que o que mantém aquela região como uma das mais seguras de São Paulo não é a Policia ou as lojas de grife, mas sim o movimento grande de pessoas, constante naquela região.
O plano diretor de São Paulo, desde o governo Marta Suplicy, tenta revitalizar a região central da cidade; isso, unido às pressões do Jardins, acaba criando uma pressão do poder público para dificultar a vida de quem vive da noite: fiscalização aumenta, rondas policiais e um tanto de outras coisas que estamos acostumados. Só que tem uma maneira das casas não fecharem e da pressão diminuir: você se adequando as normas exigidas, tendo a documentação necessária e não fazendo “burrada”. “Burrada”, meus queridos, é criar uma “imagem franguística” e tentar cheirar a faisão; é se fazer de pop e de sexy, mas na verdade não ter competência para nada, a não ser bancar o carrapato gigante e ficar na carona de pessoas que realmente sabem fazer as coisas; é arrumar um alvo para o ataque para justificar toda a sua frustração e convocar um exército de idiotas de um metro e meio para ficarem puxando o seu saco (cuidado, normalmente pessoas dessa altura tem “erregês” xerocados, se é que dá pra me entender?).
Vamos ver se eu consigo ser claro: não tem nada de errado com as interdições, a não ser que as casas simplesmente não funcionavam dentro das normas exigidas, simples. Faz uma acústica decente, dá infra-estrutura pras pessoas (isso quer dizer segurança), usa segurança regulamentado e as outras exigências básicas, pois senão vai ser um bando de gente colorida querendo gritar – não vão ser nada diferentes dos motoboys que fizeram aquele auê todo porque entrou em vigor uma lei que exige regulamentação da categoria, coisa correta, já que o resto dos profissionais da mesma categoria paga impostos e tem suas regulamentações a seguir.
O que está errado é que os donos de casa noturna não se organizam, fica cada um no seu canto e não montam um “categoria”, não resolvem a regulamentação e não criam um órgão para sua defesa. Ao contrário, muitos deles tem uma relação de conflito, mas não é a concorrência comercial, é uma birrinha estúpida, alimentada por birrinhas e perrenhas pessoais que só os bafons da noite explicam – e lá se vão centenas e centenas de historinhas engraçadas pra caralho.
Agora vão querer fazer passeata? Fazer barulho? Tem coisa mais certa a se fazer, acredito só que agora vamos iniciar um outro modismo – e o mais divertido vai ser ver tudo indo por água abaixo. Não tiro o direito do protesto, mas vocês estão protestando contra o quê?
E não vem dizer que é porque fulaninho incomoda o Prefeito ou porque “homem beijando homem” é feio. Se isso fosse provado poderia até dar pano pra manga, mas até onde eu saiba, falar sem prova é calúnia e dá processo civil – fica a dica. Se “homem beijando homem” fosse o motivo de fechar balada, por que diabos então o Ultra Lounge está abertíssimo e funcionando? Mais uma dica!
Gente, pensem, por favor! Não seja a massa, pense!