3.6.05

Bom, algumas considerações antes de eu ir para a casa, já que sou nerd e não tem jeito.

1) Comprei jóia nova, troquei de piercing, agora tá mais punk... mas ainda prefiro a argolina, ferradura é fofo, mas meu lábio é "carnudo" demais (leia-se "beiço grande" rs).

2) Estou indo nesse fds para Sorocaba, então, vamos ver amigos, família e afins. Vou perder o Encontro Internacional de RPG (coisa nerd sim), mas é por uma boa causa: aniversário da Rúbia, ver-me e aniversário do Cabelo;

3) Comprarei celular novo nesse final de semana, ou seja, domingo estarei com número "novo" (talvez resgate o antigo, tentarei). Fiquem atentos!

4) VOU TOCAR NO ATARI DIA 17/06/2005, quem não for vai me deixar chateado. TODO MUNDO lotando o puteiro, hein??????? Espalhem a notícia! Meu set será curto, mas vai ser feito de covers de músicas legais do pós-punk, synth-pop, anos oitenta e afins... se não confiam no meu gosto, confiram... estou aceitando "pedidos", mas só toco se as pessoas forem (e lembrem-se, se vocês pedirem coisa nada a ver ou que já tiver rolado na noite eu não vou tocar, tá? hehe). Aliás, só aceito pedidos feitos em comentários no meu blog, caso contrário, não serão "oficiais"! Sim, eu sou malvado (até parece!!!!!).

5) E meu fanzine vai sair, aleluia. Preciso de patrocínio, se vocês souberem de gente interessada em ajudar a divulgar "contra-cultura", por favor, estamos aí!

Bom, fica o meu beijo pra vocês... e semana que vem tem mais! Tem tatoo nova, tem baladinhas, projetinhos!!!!

2.6.05

Em algumas leituras que fazemos no decorrer da vida, acabamos por encontrar pérolas onde não imaginávamos que elas poderiam residir. Acredito piamente que a leitura é uma forma essencial de discussão consigo mesmo e que, em alguns casos, você consiga absorver pensamentos necessários para a sua condição de ser.

Enquanto vivemos nossas vidas corridas, aceleradas a cada dia por uma inovação tecnológica que vem para nos dar mais tempo de ociosidade mental, acabamos por perder momentos de amadurecimento do Ser. Vivemos em um mundo capitalista, onde o ter é colocado acima do ser - acabamos por não dar brechas para o desenvolvimento humano e nos tornamos objetos, muitas vezes inúteis, em um panorama que nos é comum. O cotidiano é cruel e triste para aqueles que não enxergam a riqueza das pequenas coisas.

Por que inicio um discurso com esse tom? Simples! Nos últimos meses ando resgatando algumas leituras que me fizeram algumas modificações quando eu era adolescente, mas a minha "imaturidade intelectual" não me permitiu a real absorção das linhas que digeri. Acredito piamente que o ser humano deveria ser obrigado a absorver informações em dois instantes de sua vida. O primeiro deles para que a informação lhe fosse apenas ferramenta para o desabrochar de seu intelecto e o segundo para que o intelecto lutasse com aquela informação para que este gerasse suas próprias impressões sobre o tema.

A leitura é essencial e a discussão consigo mesmo (ou com outras pessosa) mais importante ainda. Quando li "1984" de G. Orwell meu mundo foi moldado uma vez, mas todos os anos repito essa leitura. Outras lições maravilhosas tirei de livros como "A revolução dos Bichos" (do próprio Orwell), "O Senhor dos Anéis" de Tolkien, "O Pequeno Príncipe" de Saint Exupèrry, "Tistu, O menino do Dedo Verde" de Maurice Druon, "A femonologia do Espírito" de Hegel, "Cândido ou O Otimismo" de Voltaire, "Hamlet" de Shakespeare, "Frankstein" de Mary Shelley e tantos outros livros que nem posso contar. E não foram só os autores estrangeiros, acho que Monteiro Lobato e Fernando Pessoa conseguiram fazer modificações sem tamanho em mim.

Com essa pequena lista de coisas que um dia eu já coloquei em minha cabeça garanto que já dou um panorama do que pode criar um ser pensante. Certo que muitos dos questionamentos que nasceram dessas leituras são particulares e nem podem ser divididos de forma idêntica com outras pessoas, mas garanto que a ótica humana aumentou muito quando os absorvi - você deixa de ser apenas um e passa ser parte de um coletivo de pensamento, com suas particularidades impressas no seu modo de pensar.

Ultimamente resolvi ler alguns livros que me fizeram crescer em muito - e olha que com 25 anos nas costas as pessoas tendem a achar que tem pouco a se desenvolver como individuos; só que eu não penso assim! Reli "Neuromancer" do William Gibson e fiquei surpreso como um livro de ficção científica pode mudar tantos aspectos do pensamento; isso aconteceu também quando, pela primeira vez nesse ano, li "De Profundis" de Osca Wilde. Tudo isso porque em um sábado em que acordei com "vontade de ler" comprei alguns livros em livrarias e em sebos desses que ficam na Rua Augusta, bem perto da Av. Paulista. Agradeço por esses meus ímpetos consumistas!!!!

A última grande leitura que acabei por colocar na lista de "coisas que mudam você" foi o livro de Friedrich W. Nietzche, entitulado "Assim falava Zaratustra". O livro sempre me foi muito recomendado e falado, despertando curiosidade por diversos motivos. Este livro deu origem a uma das trilhas sonoras mais conhecidas do cinema (que não foi feita para o filme em si, mas sim faz parte da obra de Richard Straus) - o filme em questão é "2001, uma odisséia no espaço", de Stanley Kubrick - e por isso, talvez, sempre tenha me despertado a atenção. Só que eu nunca o havia lido; talvez por falta de coragem ou por receio dele ser complexo demais para a minha cabecinha loira (eu sempre duvidei de minha capacidade de entender as coisas).

Tomei coragem e comprei o livro, achando que o entenderia bem hoje e, se isso não acontecesse, que seria um desafio para minha mente. Por isso eu digo que tudo tem um momento em sua vida!!! Se eu o tivesse lido em outro momento talvez não tivesse surtido tanto e efeito e impacto. Ainda não o finalizei, admito, mas até o momento muito adicionou a meu modo de ver o mundo e, através dele, muitas de minhas idéias deixaram de ser estranhas. É ótimo ver como o meu modo de pensar já era "nietzcheniano" nestes aspectos - mesmo que eu já tivesse lido algo dele antes, nada se compara ao impacto causado por "Assim falava Zaratustra".

Vou transcrever um trecho da obra para que vocês entendam do que eu falo:

"(...) Ainda se reconhece nobre, assim como nobre se reconhecem os outros, o que estão mal com você e o olham com desprezo. Fique sabendo que todos encontram algum nobre no seu caminho.

Também os bons encontram algum nobre no seu caminho, e se lhe chamam bom é tã-somente para deixá-lo de lado.

O nobre sempre deseja criar alguma coisa nobre e uma nova virtude. O bom deseja o velho e que o velho continue vivendo.

O perigo do nobre, porém, não é tornar-se bom msa, sim, desaforado, desdenhoso e destruidor.

Ah! eu conheci nobres que perderam a sua mais elevada esperança; a seguir caluniaram-nas todas.

Agora vivem abertamente com minguadas aspirações, e apenas projetaram um fim de um dia para outro.

'O espírito é também voluptuosidade' - diziam. E então o seu espírito teve as asas partidas; arrastar-se-á agora de trás para diante, maculando tudo quanto consome.

Antigamente pensavam fazer-se heróis; agora são galhofeiros. O herói é para sia aflição e espanto.

Mas, por amor a mim e à minha esperança digo-lhe: não expulse para longe de você o herói que há na sua alma! Santifica a sua mais desejada esperança!"

Assim falava Zaratustra - Friedrich W. Nietzsche
Fantástica, no mínimo, é esta linha de pensamento, mas não pelo teor metáforico, mas sim pela forma como descreve o pensamento de alguém que se obriga a ser heróico e o que é heróico por natureza.

Todo livro é repleto de linhas de pensamento assim e, como bem sabem aqueles que lêem Nietzche, é onde ele prega o consciente sobre o espiritual, o material sobre o divino e o homem sobre ele mesmo. Existem várias passagens onde ele prega, sem dúvida, que o homem é um estado de transição para uma condição superior, a qual ele chama de super-homem - e não é aquele personagem de quadrinhos, mas uma condição da mente humana onde resida toda a esperança da humanidade. É como se ele pregasse a evolução do intelecto como meta para todos, mas ele deixa bem claro que é uma condição que não pode ser levada até as massas; no livro ele deixa bem claro que as massas são rebanho e que não adianta querer guiá-las para um lugar melhor, poucos despertarão para a condição de super-homem e poucos ouvirão o que o personagem do livro tem a dizer.

Zaratustra é aquele sábio persa, fundador do Zoroastrismo (o nome de Zaratustra também é Zoroastro), mas Nietzche o transforma em um tipo de anti-profeta. Sensacional! Ele quebra os valores divinos, fala sobre a preocupação com o corpo, com a condição da mente como residente deste corpo e como não devemos levar o pensamento para lugares que nos coloquem menores do que somos. A grande idéia de tudo isso é que o homem é o centro do universo mesmo, que ele deve se prezar, amar-se e tomar conta do que toca - materialismo e antropocentrismo são a essencia do discurso da obra.

É um livro que compensa muito ser lido, mesmo que você continue acreditando no divino e nos nuances mais empíricos da natureza humana.

E repito: não me sinto mais tão estranho. As idéias do livro realmente criam discussões interessantes e deveriam ser obrigatórias no processo de evolução do intelecto.

Indico a leitura, mas vou além disso! Indico que vocês abram suas cabeças, coloquem idéias novas e alimentem o ser. Esqueçam um pouco os dogmas que nos são impostos pela televisão e pelos outdores, existe vida além daí, podem ter certeza - mas não precisam deixar isso de lado, pois sábio não é aquele que larga tudo e vai viver isolado em uma montanha, mas sim aquele que vive em harmonia com tudo o que está a sua volta e consegue evoluir em meio a todos os ruídos.

Um bom dia para vocês.

1.6.05

Piada interna do dia: "Claro que você é pura! E como..."

Indo para casa, está na hora. Até sexta em um texto "divertoso", espero que funcione!
Sou eu só ou tem mais alguém que acha que isso deveria ter acontecido com o Jar-Jar Binks já no Episódio 1?

Jar-Jar Sucks

31.5.05

Nossa, estava fuçando nas minhas coisas e achei um blog antigo meu. Estou chorando de rir como eu consigo "interpretar" papéis e fazer as coisas idiotas.

Essa sem dúvida é uma personagem que eu sinto falta. Preciso zoar mais como Jorgette. Ela é filha de um personagem que eu tinha, de RPG, chamado Julius Czar. Ele era um vampiro gay, mas daquelas bibas bem frescas e escandalosas/barraqueiras. Eu adorava interpretar ele em lives, o pessoa ria horrores e eu salvava a noite... mas eu ria MUITO e me divertia. Tem gente que até hoje acha mesmo que eu sou gay devido a ele (mas como tudo mundo sabe, estou pouco me fodendo para o que acham - sou o Poe, e ninguém me entende, segundo o que a Carolzinha me falou e devido a isso montou a comunidade "Eu não entendo o Poe" no Orkut rs).

Vejam meu blog antigo aí embaixo:

http://abibamaishetero.blogspot.com

É idiota, mas eu me divirto sendo assim, né?

Até.
31/05/2005
Cientistas afirmam ter descoberto a parte do cérebro responsável pelo amor
Paixão apresenta uma dinâmica semelhante à da fome e da sede

Benedict Carey
Em Nova York


O novo amor pode parecer para todo o mundo como uma doença mental, uma mistura de mania, demência e obsessão que afasta as pessoas de amigos, parentes e leva a um comportamento incomum --telefonemas compulsivos, serenatas, gritar dos telhados-- que poderia quase ser confundido com psicose.

Agora, pela primeira vez, os neurocientistas produziram imagens do cérebro desta atividade febril, antes de ela se estabelecer na fase vinho e rosas do romance ou da rotina conjunta dos cartões de festas assinados por ambos do compromisso de longo prazo.

Em uma análise das imagens que aparece na revista "The Journal of Neurophysiology", pesquisadores de Nova York e Nova Jersey argumentam que o amor romântico é um impulso biológico distinto do excitação sexual.

Ele está mais próximo em seu perfil neural a impulsos como fome, sede ou anseio por drogas, do que a estados emocionais como excitação ou afeição. À medida que o relacionamento se aprofunda, sugerem os escaneamentos do cérebro, a atividade neural associada ao amor romântico sofre leve alteração, e em alguns casos estimula áreas profundas do cérebro primitivo que estão envolvidas no compromisso de longo prazo.

A pesquisa ajuda a explicar o motivo de o amor produzir emoções tão díspares, de euforia e raiva até ansiedade, e o motivo de parecer se tornar ainda mais intenso quando se é privado dele. Em uma experiência separada, em andamento, os pesquisadores estão analisando imagens do cérebro de pessoas que foram rejeitadas pela pessoa amada.

"Quando você sofre deste amor romântico ele é esmagador, você fica fora de controle, irracional, você vai à academia às 6h todo dia --por quê? Porque ela está lá", disse a dra. Helen Fisher, uma antropóloga da Universidade Rutgers e co-autora da análise.

"E quando rejeitadas, algumas pessoas contemplam perseguição, homicídio, suicídio. Este impulso por amor romântico pode ser mais forte do que a vontade de viver."

A tecnologia de imagens do cérebro não pode ler a mente das pessoas, alertam os especialistas, e um fenômeno com tantos aspectos e influências sociais como o amor transcende simples gráficos de computador, como os produzidos pela técnica empregada no estudo, chamada de Imagem por Ressonância Magnética (IRM) funcional.

Ainda assim, o dr. Hans Breiter, diretor da Colaboração de Neurociência da Motivação e Emoção do Hospital Geral de Massachusetts, disse: "Eu desconfio de 95% da literatura de IRM, mas daria um 'A' para este estudo; ele realmente promove um avanço em termos da compreensão do amor passional".

Ele acrescentou: "Os resultados se enquadram muito bem dentro de um corpo maior e crescente de literatura que descreve o sistema de recompensa e aversão no cérebro, e coloca esta construção intelectual do amor diretamente no mesmo eixo das recompensas homeostáticas como comida, calor, anseio por drogas".

No estudo, Fisher, a dra. Lucy Brown da Faculdade Albert Einstein de Medicina, no Bronx, e o dr. Arthur Aron, um psicólogo da Universidade Estadual de Nova York em Stony Brook, lideraram uma equipe que analisou cerca de 2.500 imagens do cérebro de 17 estudantes universitários que estavam nas primeiras semanas ou meses de um novo amor.

Os estudantes olhavam para uma foto da pessoa amada enquanto um aparelho de IRM escaneava o cérebro deles. Os pesquisadores então compararam as imagens com outras obtidas enquanto os estudantes olhavam para uma foto de um conhecido.

A tecnologia de IRM funcional detecta o aumento ou diminuição do fluxo de sangue no cérebro, o que reflete mudanças na atividade neural.

No estudo, um mapa gerado por computador das áreas particularmente ativas mostrou pontos acesos nas profundezas do cérebro, abaixo da consciência, em áreas chamadas de núcleo caudado e área ventral tegumentar, que se comunicam uma com a outra como parte de um circuito.

Estas áreas possuem alta densidade de células que produzem ou recebem uma substância química do cérebro chamada dopamina, que circula ativamente quando as pessoas desejam ou antecipam uma recompensa.

Em estudos envolvendo apostadores, usuários de cocaína e até mesmo pessoas jogando jogos de computador por pequenas quantias de dinheiro, estes pontos de dopamina se tornam extremamente ativos quando as pessoas vencem, disseram os neurocientistas.

Mas se apaixonar está entre os comportamentos humanos mais irracionais, não apenas uma questão de satisfazer um simples prazer ou obter uma recompensa. E os pesquisadores descobriram que um ponto em particular nas imagens por ressonância magnética, no núcleo caudado, ficava particularmente ativo em pessoas que marcaram muitos pontos em um questionário que media o amor passional.

Esta região ligada à paixão estava no lado oposto do cérebro de outra área que registra atração física, descobriram os pesquisadores, e parece estar envolvida no anseio, desejo e na atração inexplicável que as pessoas sentem por alguém, entre muitos parceiros alternativos atraentes.

Esta distinção, entre achar alguém atraente e desejá-lo ou desejá-la, entre gostar e querer, "acontece em uma área do cérebro mamífero responsável pelas funções mais básicas, como comer, beber, o movimento dos olhos, tudo em um nível inconsciente, e não acho que alguém esperaria que esta parte do cérebro fosse tão especializada", disse Brown.

A intoxicação do novo amor abranda com o tempo, é claro, e resultados de escaneamentos do cérebro refletem alguma evidência desta mudança, disse Fisher.

Em um estudo anterior de IRM funcional do romance, publicado em 2000, pesquisadores da University College London monitoraram a atividade cerebral de homens e mulheres jovens que mantiveram relacionamentos por cerca de dois anos.

As imagens do cérebro, também obtidas enquanto os participantes olhavam fotos da pessoa amada, mostraram a ativação de muitas das mesmas áreas apontadas no novo estudo --mas significativamente menos na região ligada ao amor passional, ela disse.

No novo estudo, os pesquisadores também viram diferenças individuais em seu grupo de amantes aflitos, baseado em quanto tempo os participantes estavam nos relacionamentos.

Comparados com os estudantes que estavam nas primeiras semanas de um novo amor, aqueles que foram separados por um ano ou mais mostraram maior atividade significativa em uma área do cérebro associada ao compromisso de longo prazo.

No verão passado, cientistas na Universidade Emory em Atlanta informaram que ao injetar um único gene em um animal chamado rato-calunga, isto transformou machos promíscuos em pais que ficam em casa --ao ativar precisamente a mesma área do cérebro onde os pesquisadores no novo estudo encontraram aumento de atividade com o tempo.

"Isto é muito sugestivo de como ocorrem os processos de compromisso", disse Brown. "É possível imaginar um tempo em que em vez de ir ao (site) Match.com você poderá fazer um teste para descobrir se é do tipo que se compromete ou não."

Um motivo para o novo amor ser de parar o coração é a possibilidade, o medo sempre presente, de que o sentimento possa não ser inteiramente correspondido, de que o sonho possa acabar repentinamente.

Rompimento e caos

Em uma experiência posterior, Fisher, Aron e Brown realizaram escaneamentos dos cérebros de 17 homens e mulheres jovens que tinham sido recentemente abandonados por seus parceiros.

Como no estudo do novo amor, os pesquisadores compararam os dois conjuntos de imagens, um realizado quando os participantes estavam olhando para a foto de um amigo ou amiga, o outro quando olhavam para a foto do ou da ex.

Apesar de ainda estarem analisando as imagens, os pesquisadores notaram um resultado preliminar: o aumento da atividade em uma área do cérebro associada ao amor passional.

"Isto parece sugerir o que a literatura psicológica, a poesia e as pessoas já notaram há muito tempo: o fato de ser rejeitado na verdade acentua o amor romântico, um fenômeno que chamo de frustração-atração", disse Fisher em uma mensagem por e-mail.

Uma voluntária do estudo foi Suzanna Katz, 22 anos, de Nova York, que sofreu com o rompimento com seu namorado há três anos. Katz disse que se tornou hiperativa para se distrair após a separação, mas disse que ainda sente momentos de sofrimento físico, como se estive se curando de uma droga.

"Tinha pouco a ver com ele, e mais com o fato de que havia algo lá, dentro de mim, uma esperança, um conhecimento da existência de alguém lá fora para você e que você é capaz de se sentir desta forma, e repentinamente me senti como se isso tivesse sido perdido", disse ela em uma entrevista.

E não é de se estranhar.

Em uma série de estudos, os pesquisadores descobriram que, entre outros processos, o novo amor envolve a internalização psicológica da pessoa amada, absorvendo elementos das opiniões da outra pessoa, hobbies, expressões e personalidade, assim como o compartilhamento dos seus próprios.

"A expansão do eu ocorre muito rapidamente, é uma das experiências mais estimulantes que existem e, tirando a ameaça à nossa sobrevivência, é uma das que mais nos motiva", disse Aron, da Estadual de Nova York, um co-autor do estudo.

Perder tudo isto, de uma só vez, enquanto ainda está apaixonado, provoca o caos nas áreas emocionais, cognitivas e de recompensa mais profundas do cérebro. Mas o aumento da atividade nestas áreas inevitavelmente se acalma. E os circuitos no cérebro relacionados à paixão permanecem intactos, disseram os pesquisadores -intactos e capazes de com o tempo serem ativados por uma nova pessoa.

Tradução: George El Khouri Andolfato