5.7.07

Rodízio dá pizza

O que dizer dessa semana em São Paulo? Não vamos reclamar do clima, nem mesmo dos mendigos, do mau cheiro ou da violência, vamos falar do supérfluo, de algo que nós, paulistanos, nem mesmo percebemos: a suspensão do rodízio.

Opa, será que vocês ainda não sabem que o rodízio municipal de veículos foi suspenso até o dia 13? Isso mesmo, do dia 2 até o dia 13 todos os carros podem circular pela capital.
O alegado para essa suspensão foi que eles querem testar para fazer uma análise se é possível tomar essa medida todos os anos, afinal, são férias escolares.

Só que as pessoas que tomaram essa decisão estão entre uma ou duas: (1) são super inteligentes e fizeram uma manobra política para reforçar que o rodízio é necessário ou (2) fizeram uma cagada fenomenal, porque o que deixa o trânsito mais “leve” no período entre o dia 25/12 e 25/01 não são as férias escolares, mas o fato de que todo paulistano (pobre mortal) vai para a praia (de pobre mortal) de carro, ou seja, leva o trânsito para os outros lugares e São Paulo se torna a cidade mais gostosa de se viver – indico vocês de fora a passarem suas férias aqui, fica incrível, até a violência diminui (enquanto aumenta na Baixada Santista, Guarujá, Mongaguá e adjacências).

Demorei DUAS horas para chegar ao trabalho hoje, sendo que eu venho de ônibus, fora do horário de pico. Se queriam provar algo, conseguiram: o rodízio virou obrigatoriedade em todo o período que não seja entre Natal e aniversário da cidade.

É irritante pensar que o rodízio, uma medida que era para ser paliativa (tal como a tão difamada CPMF*, que de Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira passou a permanente) passou a ser a única maneira de manter o caos menos visível.

O problema de infra-estrutura da cidade acabou sendo mascarado pelo rodízio veicular: os investimentos (de capital e trabalho) em transporte público de qualidade não chegam nem perto do que deveriam, tal qual é o investimento em obras de melhoria do fluxo viário – é necessário um investimento pesado em obras como túneis e viadutos de verdade (buracos que ligam nada a lugar nenhum devem ser ignorados). E não adianta nada nós, gente que sofre e não anda de helicóptero, ficar pedindo pra sinalizarem as vias que sofrem o rodízio, temos é que exigir aplicação da nossa grana em algo que reverta benefício direto pra nós mesmos.

Deve-se estudar com muita cautela o problema do transporte público, afinal, já pagamos impostos demais e ainda somos obrigados a pagar R$ 2,30 para andar de ônibus, trem ou metrô, quando em países como a Argentina o transporte custa menos do que o equivalente a R$ 0,50. Os conformistas de plantão podem argumentar que o custo para manter uma cidade do tamanho de São Paulo são bem maiores, mas será que a arrecadação também não é proporcionalmente maior? Ao invés de aprovarem leis idiotas de “higienização visual” da cidade, porque os políticos, nossos grandes administradores, não decidem arrumar a bagunça em um outro nível?

O problema de São Paulo não está só na poluição, esse é um problema resultante de outros descasos. Não adianta nada pensar em reciclagem de materiais se você não possibilita o escoamento de outras coisas, tais como pessoas e produtos.

Fico imaginando se as técnicas de administração de São Paulo fossem aplicadas ao mundo virtual, teríamos rodízio de IP ao invés de melhorias na qualidade dos links, roteadores e cabeamento utilizado.

:P


* Dado curioso sobre a CPMF: era pra vencer nesse ano corrente mas até agora parece que vai ser estendida por mais alguns.

4.7.07

A "Grande N" vai dominar o mundo

A Nintendo, mais uma vez, aumenta a sua linha de "jogos não convencionais". Eu estou falando que esses caras vão dominar o mundo, agora o DS também pode ter uma câmera digital acoplada. Vocês não tem idéia de como isso pode ser utilizado e as possibilidades que abre, não só uma ferramenta idiota como o joguinho de treinamento, mas dá pra fazer mais coisas legais, muito mais!

Leiam mais aqui:

http://jogos.uol.com.br/ultnot/nintendo/ult4096u422.jhtm