Continuação do post de ontem!!!
b. A arma deixa a população mais “macha”
A sensação de poder que uma arma de fogo dá ao ser humano é sensacional. Você segura uma pistola na mão (estou falando de revólveres, viu?) e se sente o rei do mundo, mais que o Leonardo Di Caprio em Titanic. Estou falando isso porque já segurei uma em minhas mãos.
Quanto maior a arma, maior é a sensação de poder. É incrível como isso acontece. Você se sente invencível e que consegue fazer tudo o que quiser, como se a arma lhe desse superpoderes especiais – você é deslocado para uma posição de poder, porque você pode danificar coisas sem encostar nelas. As explicações são diversas para esse fenômeno, porém, eu ainda tenho cérebro que pensa mais do que as zonas do instinto e sei que o que eu tenho na mão vai causar alguns estragos que eu não vou poder remediar.
Esse sentimento de ter uma arma de fogo nas mãos e o poder que isso dá não poderia ser arrancado do brasileiro, ele não vai abrir mão desse acréscimo instantâneo ao tamanho de sua pica. Não vai largar a posição de poder tomada quando ele empunha seu revólver em um bar qualquer e mostra o quão macho ele é. Ter uma pistola em mãos dá virilidade ao caráter falho, mostra que o cara é macho mesmo que sua outra pistola não seja lá grande coisa.
E você acha que as pessoas iriam abrir mão desse “direito de macheza”?
Devido a esse poder todo que a arma de fogo representa, algumas pessoas ficaram com medo de abrir mão do tal “direito” de ter uma arma de fogo com medo que o estado lhes tirasse também o direito de falar o que se pensa ou o de significar algo.
Não se preocupem com isso, meus caros. Se realmente o estado quisesse tirar de vocês as armas eles o fariam. Vocês vão continuar sem acesso a fuzis, granadas, lança mísseis, morteiros, aviões de guerra, metralhadoras, artilharia anti-aérea e tanques – isso se vocês comprarem armas legalmente, porque em alguns lugares, na capital famosa de um estado famoso, você consegue até mesmo comprar esses itens, tirando os tanques e aviões de guerra (por enquanto). Caso o Estado achasse que deveria dar um golpe e colocar uma ditadura mais uma vez por nossas goelas abaixo a gente poderia se defender com essas pistolas todas. Todo mundo com seu revólver 38 na mão e suas espingardas de matar galinha! Iríamos fazer a revolução armada! Iríamos parar a máquina do Exército! Iríamos enfrentar todo o aparato militar não-tão-de-ponta das Forças Armadas com isso tudo e seríamos vitoriosos devido ao nosso super treinamento em como empunhar nossas armas todas! Seriamos exemplo para o resto do mundo!
Notaram que não faz diferença nenhuma armar todos os 180 milhões de habitantes do Brasil com uma arma de matar pardal na mão? Se eu tivesse um exército de verdade na minha cola, acho que eu choraria feito neném e largaria minha arminha em algum lugar, já que aquele encouraçado blindado de várias toneladas apontou o seu canhão com alguns bons quilos de explosivo para a casamata improvisada que eu fiz. “Eu me rendo” seria no mínimo uma frase inteligente, mas acho que na hora iria ser correria para qualquer lugar longe dali.
Você acha que o Estado é burro o suficiente para alimentar sua população com armas que possam criar resistência as suas forças armadas? Não, eles não seriam tão burros! Eles leram o manual de “Como governar uma nação” e também leram Maquiavel, sabe? Aquele cara que escreveu um livro chamado O Príncipe e que dá valorosas lições de como manter um povo na linha e ótimos argumentos para explicar o que acontece com as massas.
As desculpas são muitas, mas no final, tudo se resume a um déficit em tamanho ou potência que é suprido por um acessório que não tem nada a ver com sexo – ou têm?
(Parte 2 - continua...)