3.11.05

Acho fantástico a apropriação de um costume nada ligado a nossa cultura raiz como é o que ocorre com o tal do Rélouiem. Incrível como absorvemos esse pseudo-feriado de forma tão natural. Os norte-americanos festejam essa porcaria de feriado com outro significado, baseado em seu folclore local que varia de lendas irlandesas (nem eles assume isso de fato). A lenda daquele famoso “cara com cabeça de abóbora”, o tal Jack’O Lantern, vem de uma lenda irlandesa igualzinha, só que o tal do Jack colocava um outro vegetal no lugar da abóbora do tipo moranga na cabeça.


Mesmo sabendo que a variação do referido feriado vem de alterações no decorrer dos séculos do Dia de Todos os Santos, somado a cultura céltica que festejava o Ano Novo druída nesta mesma época. Estes fatores coincidentes criaram então a soma do Dia de Finados (dia posterior ao Dia de Todos os Santos) e o ano novo dos celtas. Essa idéia somou então o paganismo ao cristianismo, uma das combinações mais comuns em todo o mundo (a crença católica sempre se soma a outras religiões e criaram-se diversas variações do cristianismo devido a isso - vide a própria soma Candomblé e Catolicismo).

Os brasileiros se apropriam dessa cultura devido a um esforço da industria de guloseimas e afins para conquistar mais um nicho dentro do mercado nacional, já que o já não tão famoso Dia de São Cosme e Damião não cumprem seu papel.

Dentro da crença católica apostólica romana (pra quem não sabe, o Brasil é o maior país católico apostólico romano do mundo – pois essa é a religião oficial no país) a morte sempre esteve ligada a austeridade e não às festas. A idéia do Halloween sempre foi a de um dia “negro”, transformada pelos “americanos viciados em feriados pra vender coisas” para socar doce na criançada.

O dia 31 não existe em nossa cultura, mas para o folclore norte-americano está ligado intimamente ao dia dos mortos. Várias culturas celebram seus mortos de maneira distintas, tais como os celtas que bebiam e faziam festas de Samain e os mexicanos que festejam seus mortos com festas alegres e muita bebida.

No Brasil, festejamos o nosso próprio dia para os mortos, o tal do Dia de Finados. Neste dia os ritos são bem distintos, pois, de acordo com a fé cristã, ninguém deve celebrar os mortos, somente Cristo. Só que tem um monte de lacunas aí que permite a “memória dos que já foram”.

Pessoalmente eu nem festejo o Dia de Finados e nem sou católico praticante, oficialmente eu não tenho religião e sou uma salada de frutas no quesito "mistura de crenças", mas nem por isso deixo essas bobeiras passarem - fico reparando no que me rodeia.

O grande problema é que nos rendemos, mais uma vez, e perdemos a soberania cultural. As festas do nacionalizado “Dia das Bruxas” continuam por aí e a gente vai perdendo um pouco mais da nossa própria identidade cultural, absorvendo a tal da liberdade americana e daquela merda de pensamento de “eles querem que paremos de voar e comprar”.

O povo gosta mesmo é de pão e circo – e quanto mais gordo o pão, mesmo que sem miolo, ou mais bonita a roupa do palhaço, menor é a reação da platéia para a verdade que está fora da tenda.

Triste.

31.10.05

"Quando ficamos de quatro as coisas funcionam"

Hoje eu e a Luli chegamos nessa conclusao mística!! Foi um dia de profunda iluminação em nossas vidas.

Chegamos do almoço frustrados, pois fomos comprar um case de CD e não encontramos o "tio dos cases", um camêlo que está sempre na Rua Xavier de Toledo vendendo esses utensílios muito procurados por "dijeis" e "dijéias" (e o povo que adora baixar porcaria pela Internet e manter em uma semi-ordem olística). Misteriosamente ele nã oestava lá, tinha se transformado em um "tio do guarda-chuva", coisa que acontece com todos os camelôs do centro de São Paulo e região da Paulista quando começa a chover (não sei de onde eles tiram todos aqueles guarda-chuvas e nem onde eles colocam as mercardorias anteriores, perguntem para eles, pois isso não compete a mim, cada um com suas opções sexuais!).

Voltamos então falando merda (sim, porque só sai porcaria daqui) e tirando onda do "tio estátua prateada" que fica na esquina da Xavier e do Viaduto do Chá.

Chegamos no trabalho e levamos um olé fenomenal dos elevadores. Três deles fingiram descer, mas na verdade estavam subindo. Ficamos esperando e demos o bote no quarto, por via das dúvidas foi uma tocaia mesmo. Subimos, entramos e fomos a caça de um café consolador, nada! A máquina estava sendo arrumada.

Tentamos então formatar a máquina da Luli (dó dela, afinal, Ruindows 98 ninguém merece!!!!!) e a unidade de CD dela não funcionava. Nem na base sexual agressiva funcionou, colocando um clipê de papel naquela entradinha de emergência. Desencanamos.

Então, começamos a colocar um pendrive nas unidades USB de nossas máquinas que, estratégicamente para nos humilhar, encontram-se embaixo de nossas mesas.

Fomos nós ficar de quatro.

Várias vezes o fizemos e em computadores diferentes. Qual o resultado?

A unidade de CD, misteriosamente, começou a funcionar e a máquina de café foi reparada. Depois de tudo acho que os elevadores voltaram a funcionar direito e o "tio do guarda-chuva" voltou a ser o "tio dos cases".

Nossa conclusão mística foi que "toda vez que a gente fica de quatro, alguma coisa volta a funcionar". E olha, é uma idéia bem avançada para os padrões de pensamento nossos, ou melhor, é uma idéia bem porca mesmo! :P


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E não percam, gente! O Toy Lounge abriu de vez. O final de semana que passou foi divertidíssimo. Quero ver vocês lá na sexta e no sábado!

Até.