10.2.06

Estão perseguindo os nerds de São Paulo

Parental Advisory: este é um conteúdo altamente irônico, as informações que estão contidas aqui apenas demonstram como é ridícula a bandeira de “perseguição” levantada por algumas pessoas, dizendo que a gestão atual da Prefeitura de São Paulo está perseguindo os homossexuais e o público que gosta de rock. Cuidado, mantenha este post em lugar arejado e fora do alcance de pessoas com mentalidade de criança e animais.

Vocês viram que absurdo, gente? Estão perseguindo os nerds. Leiam essa notícia aqui e vejam com seus próprios olhos. Temos que fazer algo! O prefeito de São Paulo disse, em uma reunião em que tivemos com ele que precisava limpar a Zona Leste da presença “dessa escória que fica trancada em lugares escuros fazendo apologia a violência”.

Que absurdo! Fazem anos que eles querem impedir que nossas LAN PARTYS aconteçam e que joguemos Abandon Wares no lugar dos lançamentos. Estão nos acusando injustamente de pirataria, afinal, esses CDs apreendidos eram utilizados apenas para uso pessoal e estávamos na distância mínima de escolas.

Temos que nos mobilizar. Amanhã vamos nos encontrar em frente à “Digão Lan House” para protestar! Não podemos deixar isso acontecer, afinal, preconceito é crime. Temos o direito de ir às ruas, temos direito a nos expressar como desejamos e a ficar mais de 48 jogando “Counter Strike”.

Gente, vamos gritar, essa gestão atual é higienista! Não podemos permitir que isso aconteça. Mande essa mensagem para todos os seus amigos e passe para o maior número possível de pessoas.

Sua colaboração vai ajudar a acabar com o preconceito que suja nossa sociedade.

Um abraço,

HunterXXX

Digam não ao preconceito, nerd também é gente!

Abaixo segue o texto em fofolês para vocês passarem para seus amigos de blogs e fotologs.

vcs viram ki absurdo,affffe , genteeee???? Estao perseguindo usss nerds. =p Leiam essa notícia aqui i vejam com seus própriusss olhusss. =p Temusss ki fazer algo!!!!!! O prefeito de Sao Paulo disse,affffe , em uma reuniao em ki tivemusss com ele ki precisava limpar a Zona Leste da presença “dessa escória ki fika trankada em lugares escurusss fazendo apologia a violência”. =p

ki absurdo!!!!!! Fazem anusss ki eles kirem impedir ki nossasss LAN PARTYS aconteeeeçam i ki joguemusss Abandon Wares no lugar dusss lançamentusss. =p Estao nusss acusando injustamenteeee de pirataria,affffe , afinal,affffe , esses CDs apreendidusss eram utilizadusss apenasss para uso pessoal i estávamusss na distância mínima de escolasss. =p

Temusss ki nusss mobilizar. =p Amanha vamusss nusss encontrar em frenteeee à “Digao Lan House” para protestar!!!!!! naUmm podemusss deixar isso acontecer,affffe , afinal,affffe , preconceito é crime. =p Temusss o direito de ir às ruasss,affffe , temusss direito a nusss expressar como desejamusss i a fikar maixXx de 48 jogando “Counter Strike”. =p

Genteeee,affffe , vamusss gritar,affffe , essa gestao atual é higienista!!!!!! naUmm podemusss permitir ki isso aconteeeeça. =p Mande essa mensagem para todusss usss seus amigusss i passe para o maior número possível de pessoasss. =p

Sua colaboraçao vai ajudar a akabar com o preconceito ki suja nossa sociedade. =p

Um abraço,affffe ,

HunterXXX

Como dizem por aí, fica a dica!

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9.2.06

Inócuo em vão

O vão é menorzinho do que era pra ser, mas passam por ele muita água e muita lama. O vão transborda sujeira pelo outro lado, quando na verdade não era nem para ser vão. Talvez ele devesse apenas ser menor, porque diminutivos na verdade servem para amenizar condições, um facilitador de dizeres pesados ou modo de transformar em eufemismo algum superlativo qualquer - ao invés de você chamar de gordo você chama de fofinho, ao invés de “você não é bonito” um “bonitinho” e ao invés de suportável um “legalzinho”; sempre uma maneira de melhorar o que não é de verdade melhor.

Fica lá o vão, independente dos adjetivos diminutivizados ou seja lá o que for. O vão questiona sua condição, era para ser preenchido, porque vão é uma coisa tão vazia e sem sentido. Por que tudo tem que ter um vão? Você não inventa uma saída a toa, mas por que não preencher de cimento e deixar tudo mais sólido e real? Não sei, é mais uma das respostas que cria um vão... e esse é dos grandes.

A lacuna (olha como podemos feminilizar o vão) não se encontra na natureza, pode ser que a lei natural tenha criado os diversos espaços vazios, mas eles não querem ficar lá. Pelo menos, esse que eu menciono não. Ele está lá, atrás da pia do quintal, fazendo barulhinhos de goteira. Por ele escorregam os sonhos que eu jogo nos fundos de minha casa e por ele se vão todas as coisas pequenas que ficam soltas pelo terreno. Se vão fosse coisa merecedora de ignorância não seria responsável pela perda de coisas importantes, mas pequenas, de minha vida inteira.

Pelo vão se foi a cor da minha camisa, escorrida pela água sanitária jogada sem querer para limpar o limo que ficou aglomerado na parede, partindo lá do fundo do vão. Por ele foram também embora várias pecinhas daqueles meus brinquedos de infância. No final, o que ficou foi nada a mais do que sujeira e água escorrendo pelo buraquinho, mas também restou a camisa não mais alaranjada, toda desbotada - tudo culpa do mofo que se juntou por eu permitir que por muito tempo existisse esse vão.

É um filho da putinha esse vão. Só que não quero mais deixá-lo lá quieto, escondido, permitindo que por ele escorram os meus sonhos e as cores que eu gostava estampadas em minha camiseta. Dos preferidos fico com aqueles que ainda me são caros, pois o vão é apenas conseqüência da minha falta de responsabilidade e compromisso com as coisas que me são caras.

Não quero mais ser engolido por minha inocuidade.

O direito de gritar

Todos temos os direitos de dar nossa opinião e colocar nossos argumentos na mesa, é garantida pela Constituição do Brasil o direito de se expressar no Artigo 5º da mesma, que define que “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade”.

É determinada pela constituição, através do item II do Artigo 5º que “é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato”. A Constituição ainda dá salva guarda no Item XVI a reunião de pessoas de forma pacífica em locais públicos, dizendo “todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente”.

O que isso significa?

Que eu posso falar o que eu quiser, como eu quiser e do jeito que eu quiser, desde que isso não seja crime e não vá contra nenhum outro artigo da Constituição ou do Código Civil. Significa também que eu posso sim fazer gritaria e passeata, mas desde que não infrinja também nenhuma outra lei. Tem mais, quer dizer que eu posso fazer uma passeata, mas devo dar um breve “alows” às autoridades competentes, ou seja, Policia Militar ou Civil para que estejam cientes que eu vou dar trabalho.

Esses são os nossos direitos e podemos exerce-los, desde que saibamos fazer da forma correta.

Quando queremos dizer o que pensamos temos que ter provas ao soltar acusações e para saber o que são provas devemos recorrer a alguém que nos explique. Provas tem que seguir um conjunto de regrinhas e pensamento dedutivo não significa prova, mas sim uma idéia.

Ao apontar o dedo para alguém, tenha algo para mostrar que demonstre factualmente o que está havendo, não adianta só somar fatos aleatórios para que dêem força para seus argumentos.

Sair as ruas e protestar é nosso direito sim, mas devemos saber quando e como fazer isso, afinal, você acaba piorando uma imagem delicada se o fato que leva você as ruas não tem um embasamento sólido – vai por água abaixo a sua credibilidade e a dos movimentos que lhe apóiam.

Saiba a hora de falar e de ficar calado. Tenha sempre em mente que cabeça quente só piora as coisas, é melhor segurar o reggie e resolver as coisas depois. Outra lição valiosa é “não queira subir em cima das outras pessoas”, também não retire delas direitos básicos determinados pela Constituição que lhe garante os teus.

Antes de gritar por aí e sair em passeata, primeiro respire, junte forças, crie argumentos sólidos e verossímeis, tendo sempre como premissa que a verdade não é aquela que você quer que seja – é verdade ou é ficção.

O que me deixa mais boquiaberto é que as pessoas tendem a defender um interesse que não é delas, aceitam a máscara ideológica colocada em um produto e engolem tudo de uma vez, fazendo de tudo para que aquele produto seja defendido, mesmo que ele esteja podre por dentro.

Não adianta tapar o sol com a peneira, ser do contra é legal, porra, mas tem limite. Adolescente adora polemizar sem ter argumento ou só porque acha legal, mas ficar puxando o saco sem ter uma idéia própria é fim da picada (como diria meu pai).

Pensem! Pensem! Antes de ter uma opinião ou sair por aí metralhando o mundo, por favor, pesquisem. É por isso que está tudo essa porcaria, as pessoas ainda votam pela propaganda eleitoral – que porra!!!!!


E pra gente se divertir, uma pérola da Internerd pra vocês, Os Ninjas do Arroche!!!!!

6.2.06

Nesse final de semana passei por situações bem chatas e a maioria delas acabou se desprendendo por conta do último post, dando minha opinião sobre o fechamento das casas “udigrudi” que ocorreu semana passada.

No post anterior eu não ofendi ninguém e deixei bem claro que as casas deveriam é se organizar e montar um órgão para sua defesa e também uma maneira de darem suporte àqueles que desejam ingressar nesse mercado.

Concorrência existe em todo lugar e até mesmo refrigerante faz propaganda agressiva. Se você não está caluniando ou denegrindo ninguém você pode utilizar de ironias e afins para fazer a sua propaganda.

O Guaraná Antártica atacou a Coca-Cola várias vezes com uma propaganda que mostrava de onde a frutinha do guaraná vinha e exibindo o local onde elas eram plantadas; no final do comercial vinha a frase: “Nós mostramos de onde vem a nossa matéria prima. E a concorrência?”. Foi uma sacada genial e nem por isso eles saíram se matando. Aliás, elas fazem parte da mesma associação e estão “organizadas” para eventuais problemas.

Isso aconteceu entre a própria AMBEV na famosa “guerra das cervejas” e também em outros lugares. O Burguer King usa como slogan “100% mais carne bovina a mais que a concorrência”. E nem por isso ele não faz parte do sindicato patronal que defende os interesses dos restaurantes onde a sua concorrência também se apoia.

Só que ninguém comemora quando uma casa noturna é fechada, porque eu não acho legal. Não acho bonito e nem interessante para um outro comércio que eu nutra simpatia, é apenas uma brecha, principalmente porque o público daquela casa era outro, formado por outro perfil de indivíduos que não era o pretendido. Encher um lugar é legal, mas você só faz coisas diferentes porque você espera atrair outras pessoas, você usa uma outra imagem porque quer as pessoas que não gostam da outra. É mais ou menos como escolher alguém para se namorar: você está com aquela pessoa por querer características que só ela tem e não porque você não encontrou nada melhor (se você faz o número dois, meus pêsames para você e sua infelicidade).

No post anterior eu também mencionei que o fechamento das casas não foi por preconceito, não? Não mesmo, pois o Ultralounge está aberto, a SoGo também está lá, A Loca também e outros tantos lugares. A Vila Olímpia também passou por um aperto nas semanas que passaram e várias casas foram fechadas. Os problemas todos são que as associações de moradores das regiões estão se organizando, pois o tumulto que acontece nas ruas atrapalha e incomoda as pessoas que residem nesses locais – o Psiu tem motivos pra aparecer, a CET e até mesmo o Juizado de Menores. Então os moradores começaram a utilizar-se dos problemas para garantir que não tenham problemas – eles tem direitos também, como as pessoas afetadas pelos fechamentos das casas, e começam a cobrar eles.

Para garantir que não haja problemas as casas devem ter em mente que o barulho não deve vazar, que o transtorno com relação ao trânsito deve ser menor e que as reivindicações de Associação de Moradores ou dos órgãos municipais sejam atendidas. Isso faz com que as casas coexistam com os moradores e que ninguém dê trabalho pra ninguém.
Volto a ressaltar que não fico feliz com o fechamento de algumas casas, tal como o Madame Satã (que ainda não sei se está aberto ou regularizado), porque eu passei vários momentos legais lá dentro quando eu o freqüentava a anos atrás (faz um bom tempo, mas passado não é pra se esquecer). É triste, mas serve para a gente colocar na cabeça que devemos fazer para evitar problemas futuros.

Não adianta ficar gritando e batendo o pé no chão, tem que se mexer para mudar as coisas. Criança que chora não mama, mas criança que chora demais mama de menos. Se algo está errado, então vamos mudar para que fique certo – não adianta reclamar sem saber do que está sendo exigido.

Vou continuar exercendo o meu direito de falar o que eu penso, pois não estou caluniando ninguém. Nunca acusei alguém de algo que não pudesse provar (nem mesmo acusei alguém, sempre fiquei no meu canto vendo as pessoas falando merda sobre mim por aí) e também nunca difamei um indivíduo, ao contrário de que já fizeram comigo. Já me acusaram de interesseiro e de “alpinista social”, mas eu fiquei no meu cantinho, achando que não deveria responder a ofensa, só que eu não havia sido ameaçado ainda, não haviam me colocado entre 10 pessoas e uma parede, não haviam me coagido e nem tentado tirar dois direitos meus, garantidos pela Constituição: a livre expressão de idéias e o direito de ir e vir.

Então vou continuar falando, vivendo e seguindo em frente, achando que as coisas erradas devem mudar e tentando modificá-las dentro do possível. Se gritar somente resolvesse alguma coisa, cigarra seria formiga.

Até.