24.10.06

Sou socialista, papai!

Papai, eu sou socialista! Sou humanista também! Odeio viver em uma sociedade capitalista onde as massas são esmagadas em detrimento da maioria das pessoas. Não suporto a corrupção da humanidade e dos valores dela mesmo, sendo moldadas para se adequarem ao que os detentores do capital vêem como útil a seus interesses. Não acho correta a má distribuição de renda, não concordo com a venda do que é nacional para o estrangeiro e para o privado. Não acredito que Deus seja a solução e a Igreja me deixa muito puto.

Sou revoltado sim, papai! Quero mudar esse mundo e não aturo mais isso. Só que, papai, eu aceito o dinheiro que o senhor me dá, aceito seus gracejos, aceito comprar um tênis por R$ 15,00 fabricado na China com mão de obra escrava – mesmo que os chineses sejam socialistas eu vivo me esquecendo disso (ah, e os norte-coreanos também!). Não quero ir viver em uma comunidade hippie lá no nordeste ou em Jacarta, mas adoro fumar meu baseado sentado embaixo de uma árvore no gramado da faculdade – ou ir pra uma festa pra socializar com meus amigos!

Puxa, papai! O senhor não me entende?! Quero apenas um mundo melhor, sou, na verdade um anarco-socialista que acha que Bakunin, Goldwin, Kropotkin e Marx tinham a razão, só não acho que a sociedade se mobiliza o suficiente. Eu não planto minha comida e não tiro o meu sustento da terra, mas acho que todos deveriam fazê-lo mesmo assim, acredito que as cidades são aglomerações de trabalho improdutivo, mas continuo vivendo em uma delas! Eu sei de tudo isso, papai, sei que a pobreza é culpa dos outros, mas não olho para o meu umbigo para ver em quantos eu estou pisando para viver e nem consigo assumir a mim mesmo que o erro também é meu – sou seu filho, papai, e o senhor não me entende!

Já é o máximo que eu posso fazer saber que as coisas estão erradas, mas daqui uns anos vou me esquecer de tudo isso, colocar a bunda no sofá e assistir documentários no History Channel, bem como filmes do Michael Moore que dizem o que eu gostaria de dizer, mas que não direi porque estarei envolvido naquilo tudo que eu odiava.

Sei que você vai olhar pra mim e dizer que cuspi pra cima, papai, mas na verdade, o senhor também o fez, bem como esse monte de amigos meus estão fazendo. Portando, o que fazer, papai?

Tudo bem, se o senhor diz, vou lá descontar minha frustração nas portas do Mac Donalds e naquelas pessoas que comem carne (que um dia voltarei a comer, depois que eu enjoar de broto de feijão).

Vou mudar o mundo, nesse final de semana votarei em um político profissional que é vítima de preconceito, afinal ele perdeu um dedo, papai, enquanto ele era proletário, mesmo que o dedo mínimo não seja fundamental! Ele é inteligente, afinal, enganou um monte de gente por quase duas vezes – sorte que ele não é um capitalista e neoimperialista como Bush, esse sim é vilão, ele e o Arnold, que era melhor fazendo filme de ação. O meu candidato e futuro re-Presidente é socialista, é da barba e sabe como é sofrer (mesmo que hoje só ande de avião e beba pinga de 80 reais o litro – quase mais caro que o galão do petróleo bruto).

O mundo mudará para melhor. Sempre.

Vamos lá, é hora de rezar, mas só se for por dois reais

Oras, queridos, agora é hora de rezar, de colocar Deus no coração! Vamos lá, vamos lá! Finados está chegando, está mais do que na hora de alegrar nossos corações, sentir saudade e ficarmos felizes porque nossos entes queridos passaram dessa para a melhor!

Melhor? Sim, claro! Eles não precisam aguentar nem o Lula, nem as novelas do SBT, nem Rebelde e nem mesmo as posses todas de pessoas tão inteligentes e honestas como Clodovil, Maluf, Collor e até mesmo o cantor de forró Frank Aguiar.

Depois de ficar feliz porque nossos entes queridos, que tal festejar com o Padre Marcelo por apenas dois reais? É a hora de rezar! Só que vamos pagar um dimdim para poder fazer o evento do ano que vem, que vai custar cinco reais pra poder fazer o do outro ano ficar melhor.

E que venham vários ânus pela frente, afinal, “in god we trust” (a tradução seria “Deus é nosso truta”?).

P.S.: “Entes Queridos” é também o nome de uma novela televisiva que passa hoje no canal Terra Média, do grupo televisivo Gondor em Varda, e conta a história de dois Entes vivendo um amor proibido, já que um é um Pinheiro (Pinacudo) e a menina filha de Coqueiros (Cocadina).

19.10.06

Tá fedendo? Sim, até o nosso Presidente concorda!

Na sabatina da Folha, o grande sábio sindical, o digníssimo Presidente Luís Inácio da Silva, o Lula, respondendo a uma pergunta, disse:

Bom, se se comprovar, se se cometeu um crime eleitoral, eu e qualquer outro cidadão comum deste país temos que pagar pelo crime que cometemos. O que eu acredito, o que eu defendo é que a Polícia Federal, o Ministério Público e a Justiça façam a mais rigorosa apuração, independentemente do tempo que vai demorar. Pode ser que demore um dia ou dois anos.

Notem os “se se” que ele insere em seu pronunciamento. Será que está fedendo o treco? CC de montão! Cheiro de suvaco podre, "chereau di l'gambé" - nova loção da marca Peautê.

Com certeza, nosso querido Presidente não sabe falar, não sabe fazer porra nenhuma a não ser sujar a mão de petróleo (e merda), mas jura que não sabe de nada e que não viu nada. Para um país que elege o ACM e o Maluf, nada como ter o Lula no poder – por isso que eu sou contra o Bush, os políticos serão sempre ladrões e desonestos, porém, que eles saibam ao menos encobrir as merdas que fazem (o Lula e o Bush fazem cagada mas não conseguem nem encobrir a sujeira – tristeza, tristeza, temos os nossos equivalentes a Dom João VI, o problema é que um deles tem o gatilho do mundo nas mãos e outro manda no país que a gente a gente vive).

Bom voto aos que vão eleger o Lula, é o mesmo que instalar o IE 7 e achar que está fazendo um bom negócio (por que não instalar o Firefox?).

5.10.06

Os números não mentem, mas o mal uso deles sim

Escrevi este texto em resposta a um "spam" que recebi de uma amiga. A resposta já dá o meu ponto de vista sobre isso. O "spam" divulgava informações interessantes, mas elas me chamaram de BURRO na caruda. Pena que poucas pessoas percebem o truque!


Oi!

Cuidado com esses números. Vale a pena refletir? Sim, se você for comparar os dados reais em todas as áreas. Você fala em geração de emprego em números e em desemprego em porcentagem? Os políticos costumam confundir a cabeça do povo com informações veridicas utilizadas de forma irreal e fora de contexto.

Os dados aí podem ser verdadeiros, mas algumas comparações são absurdas.

Do que adianta o insentivo ao estudante para que ele entre em uma faculdade PRIVADA se ele não tem ensino de base público decente, se serão pessosa que não sabem nem ler um texto ou interpretar informações básicas? Por que dar uma cota para os alunos afro-decendentes quando deveriam é estar dando uma cota para o aluno miserável? Por que não ensinar as pessoas a pensarem ao invés de ensinar a preencher X em provas? Por que não formar cidadões? Por que teimar em não comparecer a debates?

Sinceramente, entre um LADRÃO burro, que não consegue responder perguntas simples, que fica se fazendo de amigo da galera e vendo o pais das mesma maneira E um LADRÃO inteligente, que seja articulado, consiga responder sobre assuntos básicos e não deixe as coisas baratas eu fico com o SEGUNDO.

Porque eu estou de saco cheio de neguinho ficar contente com a PORRA do status quo. Meu voto foi todo nulo na primeira fase da eleição, menos para presidente que eu votei no LADRÃO inteligente e vai ser o mesmo no segundo, que eu não vou ter que anular.

O que brasileiro tem que fazer é acordar. O Governo Fernando Henrique Cardoso foi ruim? RUIM O CARALHO! Vocês por acaso se esqueceram qual era o contexto da economia mundial quando o segundo mandato tucano começou? Não? Então deixa eu lembrar vocês que a China tava com as pernas bambas, Japão chorando as mágoas, a Rússia simplesmente foi a banca rota e a Argentina rodou grandão, foi lá embaixo e ainda não conseguiu se recuperar - e o que aconteceu com o Brasil? Passamos por um periodo PESSIMO, sei disso porque eu tive o GRANDE azar de montar uma empresa na época e o mercado retraiu-se de forma assustadora, ninguém investia em nada, gente sendo mandada embora de montão e tudo o mais. Por quê? Porque todo mundo achava que o Brasil era a bola da vez, que ia quebrar feito a Russia e os nossos amigos hermanos! Mas não, a equipe de governo do FHC segurou a onda, foram realizadas diversas ações que evitaram o pior... e o mandado acabou, o Lula apareceu, entrou e não conseguiu manter a casa limpa.

Desculpem-me, mas eu não acredito no PT, um partido que preza pelo social? Social de política é rola! Infra-estrutura é necessária e é necessário que as pessoas cobrem de quem votaram DE VERDADE. Não adianta votar só, pois democracia é um estado constante, não voto a cada quatro ou seis anos! É só ver o bando de mané que foi eleito deputado: Clodovil, Collor e Maluf, porra!!!!! Não acha que tem algo errado? Todos eles eleitos devido a fatores que permeiam a mente do brasileiro - acreditar em fada é o mesmo que acreditar no Lula.

Think different! Think, please!

Olhe para essas questões agora:

Será que o Jornal Nacional teria coragem de fazer estas perguntas ao Lula na quinta-feira?

Se esta mensagem circular de maneira vigorosa, o Jornal Nacional vai ter que enfrentar o Lula e perguntar aquilo que todos nós queremos saber.

Queremos que Bonner e Fátima façam as perguntas a Lula que o Reinaldo Azevedo sugere para a entrevista do Jornal Nacional:

1) O senhor prometeu criar 10 milhões de empregos e chegará ao fim do mandato criando quatro milhões. Neste tempo, a renda da classe média caiu, e os empregos gerados se concentram na faixa de até 2 salários mínimos. A chamada distribuição de renda do seu governo não se faz à custa do empobrecimento dos menos pobres?

2) O Senhor disse que banqueiro lucra no seu governo e, por isso, não precisa de Proer. O Senhor sabe quantos Proers o Brasil paga por ano para sustentar os juros reais mais altos do mundo?

3) O seu filho, até bem pouco tempo antes de o Senhor assumir a Presidência, era monitor de Jardim Zoológico e, hoje, já é um empresário que a gente poderia classificar de milionário. O Senhor não acha uma ascensão muito rápida?

4) Genoino sabia do mensalão. Silvio Pereira sabia do mensalão. Dirceu sabia do mensalão. Ministros foram avisados do mensalão. Só o senhor, da cúpula, não saberia. O senhor não acha que, nesse caso, não saber é tão grave quanto saber? E se houver mais irregularidades feitas por amigos seus que o senhor ignore?

5) Presidente, na sua gestão, as invasões de terra triplicaram, caiu o número de assentamentos e mais do que dobrou o número de mortos no campo. Como o senhor defende a sua política de reforma agrária?

6) O senhor não tem vergonha de subir em palanque onde estão mensaleiros e sanguessugas?

7) Presidente, em 2002, o Brasil exportava a metade do que exporta hoje, e o risco país era sete ou oito vezes maior. O país pagava 11% de juros reais. Hoje, continuamos a pagar mais de 10%. Como o senhor explica isso?

8) Em 2002, o governo FHC que o Senhor tanto critica repassou para São Paulo, na área de segurança, R$ 223,2 milhões. Em 2005, o seu governo repassou apenas R$ 29,6 milhões. Só o seu avião custou R$ 125 milhões. Não é muito pouco o que foi dado ao Estado que tem 40% da população carcerária do país?

9) Quando o Senhor assumiu, o agro negócio respondia por mais de 60% do superávit comercial. Quase quatro anos depois, o setor está quebrado, devendo R$ 50 bilhões. O Senhor não acha que o seu governo foi um desastre na área?

Uma breve comparação.

Então, estes dados aí embaixo vieram em um SPAM falando para eu, O COELHO, votar no Lula e que tucano não prestava, vejam se não é chamar você de imbecil!

Fontes: IBGE, IBGE/Pnad (Pesquisa Nacional de Amostragem Domiciliar - desde 1994); ANEEL; Bovespa; CNI; CIESP; Ministérios Federais e Agências Reg.; SUS; CES/FGV; jornais FSP, O Globo e O Estado; Carta O Berro e Grupo Nacional Cidadania e Verdade

TEMA LULA (1° mandato) FHC (1° e 2°)
Número de policiais federais 11 mil 5 mil
Operações da PF contra a corrupção, crime organizado, lavagem de dinheiro, etc... 183 20
Prisões efetuadas 2.971 54
Criação de empregos 6 milhões(4 milhões com carteira assinada) 700 mil
Média anual de empregos gerados 1,14 milhão 87,5 mil
Média mensal de empregos gerados 95 mil 87 mil (leia -se - 7,2 mil/mês)
Taxa de desemprego nas regiões metropolitanas: 8,3% 11,7%
Desemprego em SP 16,9% 19,0%
Exportações (em dólares): 118,3 bilhões 60,4 bilhões
Balança comercial (em dólares) 103,3 bilhões - 8,4 bilhões
Transações correntes (em dólares): 30,1 bilhões - 186,2 bilhões
Risco-país 204 2.400
Inflação 2,8% 12,53%
Dívida com o FMI (em dólares) dívida paga 14,7 bilhões
Dívida com o Clube de Paris (em dólares) dívida paga 5 bilhões
Dívida pública 34,2% 35,3%
Dívida externa 2,41% 12,45%
Investimento em desenvolvimento (em reais) 47,1 bilhões 38,2 bilhões
Empréstimo para habitação (em reais) 4,5 bilhões 1,7 bilhões
PIB 2,6% ao ano (até 2005) 2,3% ao ano
Crescimento industrial 3,77% 1,94%
Produção de bens duráveis 11% 2,4%
Aumento na Produção de veículos 2,4% 1,8%
Crédito para a agricultura familiar 6,1% 2,4%
Crescimento real do salário mínimo 25,3% 20,6%
Valor do salário mínimo em dólares 152 55
Poder de compra do salário mínimo em relação à cesta básica 2,2 cestas básicas 1,3 cesta básica
Aumento do custo da cesta básica 15,6% 81,6%
Índice de Desigualdade social 0,559 0,573
Participação dos mais pobres na renda 15,2% 14,4%
Número de pobres 33,57% 34,34%
Número de miseráveis 25,08% 26,23%
Transferência de renda (em reais) 7,1 bilhões 2,3 bilhões
Média por família 70 reais 25 reais
Atendidos pelo programa Saúde da Família 43,4% 30,4%
Atendidos pelo programa Brasil Sorridente (atendimento odontológico) 33,7% 17,5%
Mortalidade infantil indígena (por 1000 habitantes) 21,6 55,7
Número de turistas que vêm ao Brasil 4,6 milhões 3,8 milhões
Pró-jovem - estudo subsidiado 93 mil (18 a 24 anos) * 100 reais por mês de subsídio a cada estudante
Bolsa Família 11,1 milhões de famílias * Educação e subsídio alimentar
Incremento no acesso a água no semi-árido nordestino 762 mil pessoas e 152 mil cisternas zero
Distribuição de leite no semi-árido (sistema pequeno produtor) 3,3 milhões de brasileiros zero
Áreas ambientais preservadas incremento de 19,6 milhões de hectares (2003 a 2006) Do ano de 1500 até 2002: 40 milhões de hectares
Apoio à agricultura familiar 7,5 bilhões (safra 2005/2006) 2,5 bilhões (último ano de governo)
Compra de terras para Reforma Agrária 2,7 bilhões (2003 a 2005) 1,1 bilhão (1999 a 2002)
Investimento do BNDES em micro e pequenas empresas 14,99 bilhões 8,3 bilhões
Investimentos em alimentação escolar 1 bilhão 848 milhões
Investimento anual em saúde básica 1,5 bilhão 155 milhões
Equipes do Programa Saúde da Família 21.609 16.698
População atendida pelo Prog. Saúde da Família 70 milhões 55 milhões
Porcentagem da população atendida pelo Programa Saúde da Família 39,7% 31,9%
Pacientes com HIV positivo atendidos pela rede pública de saúde 151 mil 119 mil
Juros 16% 25%
Bolsa de Valores BOVESPA 35,2 mil pontos 11,2 mil pontos
Dívida externa 165 BILHÕES 210 BILHÕES
Desemprego no país 9,6% 12,2%
Dívida PIB 51% 57,5%
Eletrificação Rural 3 milhões de pessoas 2,7 mil pessoas
Livros gratuitos para ensino médio 7 milhões zero
Geração de Energia Elétrica 1.567 empreendimentos em operação, gerando 95.744.495 kW de potência. APAGÃO

29.9.06

Manifesto contra o medíocres

Se 500 mil pessoas lerem esse post todos os computadores dos leitores terão uma estrelinha piscando em seu monitor com seu maior desejo impresso nela

Hoje meu manifesto pessoal é contra os medíocres. Sim, resolvi colocar um rótulo em um grupo de pessoas, estranho, mas isso me alivia (talvez por dar prazer a minha parte humana, que, afinal, é bem grande – assumo então que existe um Lula ou um Bush dentro de mim).

Considero como medíocre todo ser humano excessivamente crédulo, que acredita nos maiores disparates e nos golpes mais óbvios. Medíocre, para mim, é todo aquele que acredita em qualquer ligação telefônica para sua casa dizendo “seu filho foi seqüestrado” e lá vem o golpe, pois não há seqüestro – o medíocre do pai então deposita toda a poupança da família para salvar seu rebento que, na verdade, estava na perua da escola voltando pra casa. Também é medíocre aquele que acredita em mensagens SMS em seus celulares falando que esses ganharam uma Eco Sport e mais 8 aparelhos celulares em uma promoção que nunca se inscreveu, é aquele que cai no conto do bilhete premiado e se acha esperto quando na verdade está sendo passado para trás.

Porém, os medíocres que mais me irritam hoje são os medíocres virtuais, todos aqueles que acessam a Internet e fazem suas contas no Orkut pra “arrumar um par virtual” ou praticar SPAM com mensagens copiadas e coladas. Também o são todos aqueles que buscam uma falsa popularidade, adicionando amigos e invadindo a vida alheia para lhe tomar um pouco do que falta em sua própria. Os “medíocres virtuais” caem nos mesmos golpes simplórios e não conseguem diferenciar nada em seu meio, nem mesmo o que é virtual e o que é real. Estes são os piores medíocres, pois acreditam nos maiores mitos universais e tudo o que não entendem mas parece real vira dogma de imediato.

Tais medíocres são responsáveis pelas pragas virtuais mais comuns, tais como o tal “vírus do peixinho” e a quantidade absurda de lixo virtual que está circulando por aí. Esses boçais acreditam que mensagens não oficiais dos serviços que assinam são verdadeiras e que o Belo morreu mesmo como estava naquela notícia forjada de jornal. Também acreditam que se você mandar R$ 1,00 para uma conta mística outras pessoas irão fazê-lo rico enviando a mesma quantia para você aos milhares. Mediocridade mais absurda, pois acreditam também que se você encaminhar um e-mail para todos os seus contatos do Orkut, MSN, ICQ ou de e-mail algo mágico irá acontecer, tal como ícones coloridos piscantes ou funções secretas – como se estivessem jogando Mortal Kombat e tivessem que fazer cheats mirabolantes para encontrar aquele lutador secreto apelão que todo mundo sonha em usar!

Aliás, eu tomei uma decisão contra a mediocridade e isso vai me isolar do mundo: agiu como medíocre e não é meu Amigo, será eliminado da minha lista de contatos, seja no MSN, Orkut, Fotolog, e-mail ou qualquer coisa do gênero.

Assumo que também sou medíocre, já que rotulo e também acredito um pouco que isso seja a minha salvação, mas pelo menos sou um medíocre assumido e que consegue manter o nível de mediocridade humana na base tolerável: não voto no Lula, não acredito em duendes, não passo SPAM mongolóide e gasto o meu tempo vivendo a MINHA vida.

Esse culto a mediocridade me enoja, pois agora é legal, cool, fazer odes e patrocinar a mediocridade: adolescentes acham Rebelde legal, adultos votam no Lula mesmo que ele manipule a mídia na cara dura (e faça suas presepadas dignas do mongolóide do Bush – e como ele será reeleito devido a mediocridade humana) e no geral as pessoas não vão buscar a informação na fonte acreditando em tudo o que lhe dizem – mediocridade americanóide, anti-revolução e conformismo generalizados que me fazem cada vez pensar em migrar para o pólo-norte (pelo menos lá não existe pessoas, vou viver jogando hockey no gelo, comendo salmão e hibernando – “viva os ursos”).

Assumam sua mediocridade também, mas não sejam tão humanos assim, existe vida dentro de sua cabeça, acredite, mesmo que não pareça em algum lugar lá existe uma coisa chamada razão, sapiência e consciência! Vamos lá, acredite, eu estou lhes dizendo, mas não espalhem por aí, pois isso é segredo – pois eu sei que se eu pedir dizendo algo absurdo irá acontecer se esse texto não for enviado para 500 pessoas nos próximos 5 minutos ele irá parar em todas as caixas postais de falantes de português do mundo; podem ficar tranqüilos, pois não irão acontecer coisas como: (1) você nunca mais conseguir comer arroz com batata na mesma refeição, (2) seus pais irem para Madagascar procurar uma rave de lêmures, (3) todas suas contas sumir para aparecer atrasadas no mês seguinte, (4) sua vida sexual transformar-se em uma desgraça eterna, (5) pêlos aparecerem na palmas de suas mãos, (6) seu computador ser formatado e infectado por um vírus de computador similar ao Ebola para humanos (e ele passa para pessoas também!!!), (7) ficar sem dar beijo na boca pelos próximos 15 anos e outras coisas que tantos outros conhecem!]

Mas depositem R$ 1,00 em minha conta bancária, para cada mediocridade que vocês verem por aí a fora – acredito que eu ganhe mais dinheiro do que vendendo balas em ônibus!

5.9.06

Minha campanha a favor do voto nulo continua

Em quem vocês vão votar? Não, não precisam colocar aqui o nome dos seus candidatos, não quero saber. Só quero saber se a pessoa em que você vai votar lhe representa, ela o faz?

Queria saber mesmo, pois até agora eu não encontrei alguém que represente a maioria dos meus interesses como cidadão brasileiro. Todos fazem promessas, mas as propostas de governo são quase sempre piadas e ufanismos, coisa pra aparecer na televisão e soar bonito, porém, algumas coisas ninguém toca, principalmente quando essas “coisas” podem fazer o candidato perder votos.

Ninguém trata da política de cotas e da educação com seriedade, os programas sociais parecem um monte de medidas paliativas, mas não existe algo sério e que vá resolver o problema a longo prazo. Então eu rio, pra não chorar.

Presidente? Vou votar nulo, a menos que alguém seja abertamente contra a política de cotas e outras coisas, tal como a redução dos impostos (mas de forma séria, não como promessa para ganhar votos da classe média), a total transparência nas votações das Câmaras dos Deputados e do Senado, na diminuição de prêmios para parlamentares e em uma estruturação da educação. Governador? Nulo! Deputado Estadual? Deputado Federal? Senador? Nulo! Nulo! Nulo!

Então, perguntam pra mim, por quê você simplesmente não “justifica seu voto” e não gasta seu tempo. Minha resposta é: votar nulo é uma atitude política, exatamente porque ninguém representa os meus interesses e a política precisa de uma reforma. Se eu simplesmente não for votar é como se eu não tivesse interesse na mudança, mas se eu for e me fizer contar, então é uma atitude política e não de desinteresse apenas. Quero que meu país mude, mas não aprovo várias coisas nesse processo eleitoral, algumas coisas são:

  1. Aposentadoria de Parlamentares: eles trabalham menos de 25% do que um cidadão comum e se aposentam com uma grana fodida e os cofres públicos que se fodam pra pagar a dinheirama dessa corja;
  2. Propaganda eleitoral “gratuita”: é uma mentira deslavada, porque os partidos com mais grana é que tem mais tempo, porque o lobby é maior e tudo o mais. Está certo que o tempo é colocado para quem tem mais representantes no legislativo e tudo o mais, mas continua sendo uma covardia para quem também tem propostas interessantes. O tempo deveria ser igual a todos os partidos com um mínimo específico de representantes e não proporcional a esse, assim você daria um espaço igual para todos os que realmente tem propostas. Ataques também deveriam ser proibidos, de qualquer forma. Você pode fazer comparações, mas nunca denúncias, pois horário eleitoral não é jornal, as pessoas acabam acreditando em informações distorcidas veiculadas. E por aí vai. Acho uma merda essa estrutura, mas ela é conveniente ao político, como é a burrice do brasileiro;
  3. Esse samba de partidos e candidatos: os caras trocam de partido por conveniência. Não existe ideologia partidária, é um monte de interesse mesclado. Essas coligações absurdas, gente sem coerência de idéias e a mentirada reunida para enganar a população. É um absurdo que ninguém enxerga.

Ah, tá, agora também vão me dizer que eu cobro demais e que essas coisas todas aí que eu falei não devem me deixar tão “nervoso” assim. Poxa, gente, vocês não sabem que eles estão recebendo com o NOSSO dinheiro? Os 30% que eles comem do meu salário e os outros 37% que eles comem do resto do PIB (Produto Interno Bruto, tudo o que o Brasil produz de grana) não importam? Importam sim! Eles estão destruindo o futuro e logo vem outro imposto aí pra acabar com o rombo que eles estão criando.

Enquanto a população não se tocar dessa merda toda as coisas vão só piorar.

E continuo a votar nulo, continuo a fazer campanha pelo voto nulo, até a hora que aparecer alguém que me represente ou até a hora que o processo eleitoral for mais honesto (porque honestidade e política não existem na mesma frase a não ser como antítese).

Pensem bem, pensem bem!

31.8.06

Eu voto nulo, afinal, ninguém me representa

Por que votar nulo? Eis uma pergunta que não agüento mais responder de maneira educada, mas continuo a me esforçar, afinal, existe uma ideologia política em cima dessa atitude e um dia eu espero mostrar para as pessoas onde ela reside.
Em primeiro lugar, as pessoas devem entender as implicações do voto nulo e do voto em branco, pois são coisas completamente diferentes.
Votar nulo não significa que, caso a população em sua maioria anule seus votos, não teremos ninguém “liderando” o país e seremos uma nação sem governo. A parte divertida do voto nulo é outra: dizem por aí que se 50% mais 1 dos eleitores votarem nulo a eleição PODE ser cancelada e outra deve ser feita. Não sei até onde isso é fato, não sou advogado e o direito me deixa confuso (advogadês é um porre). Muitos advogados por aí ficam me falando que o que eu falo é besteira, mas eu vivo fuçando pela Internet para achar argumentos.
É complicado, porque um fala que anula, outro fala que não anula, mas sinceramente? Eu nem quero saber, quero só mostrar que eu sou um dos inconformados, porque é fácil apertar o branco e mandar tudo se foder!
Enquanto isso, votar em branco é passar o seu voto como uma autorização para que o cara que está quase ganhando ganhe de vez! Como assim? Os votos em branco são somados aos votos do candidato que está liderando as votações, ou seja, eles são computados para alguém – é como se falassem que as pessoas que não quiseram dar a opinião estão apoiando o que tem mais votos. Um absurdo, quando voto em branco deveria ser uma opção para quem não se achasse ou não se acha representado por nenhum candidato ou partido.
Quero é que as pessoas vejam o nulo aumentando nas eleições, pois ninguém me representa nesse país. Nenhum político me defende ou protege os meus interesses, no final eles são um bando de “lobistas” profissionais que só fazem da política sua profissão. Estou pouco me fodendo se vai anular ou não vai anular a eleição, quero mostrar é minha indignação com um sistema corrupto que não funciona, um sistema onde os “heróis de carreira”, essa gente que vive mendigando favores e trocando tapinhas hipócritas, manda e desmanda sinta que alguma coisa acontece às suas costas.
Eu não tenho que aceitar que um deputado ganhe uma premiação em dinheiro cada vez que uma lei feita por ele seja aprovada, afinal, o trabalho dele é fazer esse tipo de coisa. Se é assim eu quero um prêmio em cima do meu salário ou da minha futura aposentadoria dividindo os lucros que o país tem com suas divisas. Melhor! Quero ganhar também prêmio no final do mês por ter cumprido o meu trabalho, mas nem preciso freqüentar o ambiente de trabalho mais do que 50% do tempo – deputados faltam e ainda ganham a mais por terem leis aprovadas na Câmara.
Não quero colocar ninguém lá no poder sem que eles saibam que estamos indignados, pois não vejo luta social e nem engajamento, só dinheiro publico sendo jogado fora pra financiar os luxos de uma classe privilegiada.  Política fede! Política me enoja!
E eu vou dando minha opinião, não dando meu voto para ninguém! Prefiro que ele seja computado como errado, pois eu não acredito em promessa de político, com seus sorrisos brancos de Photoshop e ternos de 5 mil reais.
A população só vai entender o porque dessa atitude no dia em que a merda explodir, que a revolução social vier e comer a sociedade vigente pelos calcanhares e todo mundo ficar desesperado porque a massa pobre das periferias começou a engolir os ricos engravatados da Avenida Paulista. As pessoas só vão ligar para o problema da falta de educação, da pobreza, da segurança pública e outros quando a merda cair em seu quinta, só que aí, queridos, será tarde demais.
Está na hora de colocar a boca no trombone e exigir, afinal, a educação é a base para a criação de cidadãos e a só com ela a gente vai conseguir fazer a nação tupiniquim pensar de verdade, porque essa corja aí de políticos filhos da puta querem mesmo é que a gente seja um bando de ignorantes, sem cabeça ou argumentos, para que a gente não consiga reclamar e eles sacaneiem do jeito que eles querem.
Não sou escravo da vontade de ninguém, meu voto é livre e EU NÃO APOIO NINGUÉM, apoio sim a MUDANÇA e a VERDADE, coisas que não serão possíveis enquanto ainda vivermos como se os políticos engravatados fossem coronéis e nosso chefes!

Disse ontem e repito, demagogia me dá nojo!

30.8.06

Branquelo é a mãe! Um momento anti-racismo

Nesses últimos dias baixou a pomba gira do anti-racismo em mim, na verdade, baixou a indignação do anti-tudo, já que minha revolta é uma revolta solitária e por mais que esbraveje ninguém vai ver as mudanças nascendo de mim.

Porém, se eu ainda sou livre para expressar o que eu penso, vou falar, mesmo que seja lido por meia dúzia de pessoas que pensa um pouquinho e prefere largar os “fofismos” de lado para pensar sobre a realidade que as cerca.

Voltando ao assunto principal, porque prelúdios e interlúdios cansam, fico cada dia mais besta com esta história de racismo.

Outro dia passei pela banca de revistas e vi um exemplar da revista Raça, que, aliás, tem um site bem interessante que mostra o teor de seu conteúdo. Sempre achei muito legal a idéia de se fechar em nichos específicos do mercado, principalmente, os nichos “raciais”. Você pode vender muito mais coisa quando faz uma revista para um biótipo, sexo, grupo sexual, idade e afins, tal como acontece com a Capricho com seu público adolescente feminino e também com a Playboy com seu público de heteros que adoram “informação interessante” e juram que compram a revista “por causa das matérias” (Ah, tá! E todo político é honesto e cumpre as suas promessas de campanha).

Bom, só que eu parei para pensar em um universo paralelo. E se essa revista se chamasse Raça, sem por e nem tirar, mas ao invés de ter se focado no público afro-descendente (este é nome politicamente correto do que alguns chamavam de “etnia negra” ou “nação africana”) fosse focado na colônia alemã ou finlandesa? Eu tenho certeza que teriam milhares de protestos e uma gritaria danada, mesmo que o assunto fosse o mesmo e ressaltasse a cultura dos dois países, falando sobre fatos históricos e mantivesse o pessoal dessas colônias mais unidos.

E se a revista falasse sobre todos os Europeus? Algo como Raça Européia poderia ser um bom título, para vender para o público gigantesco de imigrantes vindos da Europa para o Brasil no inicio do século XX.

Seria um caos e geraria uma polêmica desmedida, tenho certeza.

O mesmo acontece com outras coisas no dia a dia! Outro dia eu passei por algo que me deixou PUTO da vida: desci do ônibus, aqui na Praça Ramos, para ir ao trabalho, no Centro de São Paulo, e fui comprar um Gatorade e uns pães de queijo para fazer meu café da manhã. O atendente da lanchonete vira, com uma intimidade não dispensada a ele, e fala:

- E aí, Alemão, o que vai ser pra hoje?

Parei e fiquei olhando pra ele, com uma tempestade em minha cabeça que variava entre indignação e raiva. Engoli o que queria falar e fiz o meu pedido.


Eu, por minha vez, pergunto aqui se fosse o contrário. Se eu fosse de etnia negra, o que o cara iria falar? “E aí, Negão, o que vai ser pra hoje?”. Se falasse isso não iria passar batido, seria preconceito! Seria racismo!

Não dei permissão para intimidades e não sou descendente de alemão, aliás, de alemão eu não tenho é nada, não sei nem falar “bom dia” ou “oi” no idioma! As únicas coisas alemãs que eu gosto estão relacionadas a música (Ramstein, Kraftverk, Funker Vogt e Wumpscut são bons exemplos – e eu nem sei se eu escrevi certo, porque tem tanto trema que eu nem sei onde coloco, mas também é pra atestar a minha não "alemolidade") e à cerveja que é boa pra caralho!

Nesse meu caso não fui ofendido? A pessoa não praticou racismo? Não invadiu meu espaço? E se a ele tivesse usado outros apelidos carinhosos que essa galera costuma usar, tais como “Branca de Neve”, “leite condensado”, “sulfite”, “branquelo” e afins? Tem mais ainda, porque ele poderia ter feito piadinhas do tipo:

Eu, usando camisa branca e uma estampa no meio, ando pela rua, a pessoa me solta:

- E aí, Alemão, bonita tatuagem!

Ou ainda:

Eu, pela rua, de bermudas:

- Opa, Branca de Neve, o que é isso? Quebrou as pernas? Ou tirou o gesso?

Sim, é engraçado, mas não está fazendo piada com a minha compleição física? Sim, está! E por que não é crime? Aí que está, É O MESMO CRIME, mas as pessoas acham que não!

Escreva em sua camiseta “100% Negro” e você estará fazendo um protesto contra o racismo e mostrando seu orgulho com relação a sua origem. Agora, escreva em sua camiseta “100% Branco” e você estará sendo racista, white power, white pride, neonazista, facista ou qualquer outra coisa que o valha, pois você não pode expressar sua opinião, mesmo que essa não seja preconceituosa de verdade.

Racismo significa, segundo o Houaiss:

racismo

? substantivo masculino

  1. conjunto de teorias e crenças que estabelecem uma hierarquia entre as raças, entre as etnias
  2. doutrina ou sistema político fundado sobre o direito de uma raça (considerada pura e superior) de dominar outras
  3. preconceito extremado contra indivíduos pertencentes a uma raça ou etnia diferente, ger. considerada inferior
  4. Derivação: por analogia.
    atitude de hostilidade em relação a determinada categoria de pessoas

    Ex.: r. xenófob

Preconceito também tem uma acepção BEM diferente do que as pessoas estão acostumada e, segundo o mesmo Houaiss:

Preconceito

? substantivo masculino

  1. qualquer opinião ou sentimento, quer favorável quer desfavorável, concebido sem exame crítico
    1. idéia, opinião ou sentimento desfavorável formado a priori, sem maior conhecimento, ponderação ou razão
  2. atitude, sentimento ou parecer insensato, esp. de natureza hostil, assumido em conseqüência da generalização apressada de uma experiência pessoal ou imposta pelo meio; intolerância
    Obs.: cf. estereótipo ('padrão fixo', 'idéia ou convicção')

    Ex.: <p. contra um grupo religioso, nacional ou racial> <p. racial>
  3. conjunto de tais atitudes

    Ex.: combater o p.
  4. Rubrica: psicanálise.
    qualquer atitude étnica que preencha uma função irracional específica, para seu portador

    Ex.: p. alimentados pelo inconsciente individual

Só que tem mais, a acepção legal ainda é outra, mas não vou soltar meu advogadês por aqui, mas seria bem legal vocês verem o Código Civil ou em literatura específica sobre o tema, assim ninguém faz merda ou fala merda. Sobre o crime de racismo e preconceito, achei uma matéria bem interessante que vai esclarecer a cabeça de vocês (e acho que isso deveria ser tema de palestras em escolas).

Agora, vocês podem falar ou pensar que estou pregando algum ideal neo-nazista e afins, mas não estou. Não há propaganda alguma nesses meus textos, apenas uma indignação pela incapacidade do ser humano em compreender conceitos básicos, tal como o racismo, preconceito e discriminação.

Isso me deixa muito p* da vida, porque o povo repete feito papagaio um monte de besteira sem saber o que estão falando, defendem ideais sem saber do que se tratam e só o fazem porque acham bonito – é bonito ser engajado, é lindo agir de forma politicamente correta e é maravilhoso defender os injustiçados! Só que a merda é que só é bonita a imagem, a maioria acha bonitinho políticos beijando criancinhas ramelentas e se achar o libertador das injustiças.

Os políticos adoram falar que defendem as minorias, seja ela a galera GLBTT (Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transgêneros) ou os negros, como se estivessem libertando alguém de alguma coisa. Os gays se libertaram sozinhos e os negros foram libertados lá em 1888, sofreram durante um século para conseguirem se misturar a sociedade brasileira que é uma salada de fruta de etnias - hoje somos uma nação misturada, de gente com diversas raizes e tinhamos, isso sim, é que ter orgulho de sermos brasileiros, mas no fundo, a gente nem sabe o que é isso significa também!!!

Só que ninguém vê os fatos e é muito mais bonito falar “que butitinho” para uma ação babaca e racista de um político que defende interesses pessoais, porque ser a favor de cotas para negros em faculdades públicas não faz você perder voto algum, mas ser contra abre precedente para que chamem você de racista e seus votos vão voando pela janela.

Demagogia me dá nojo!

29.8.06

Cota é eufemismo para preconceito

"Oi, eu sou loirinho, tenho mais três irmãos caucasianos também e somos todos pobres. Não, não, essa corzinha levemente marrom que eu tenho não é bronzeado, é que eu durmo na terra e não tomo banho, podem perceber que a cor não é igual tom de pele, pois não é uniforme – eu tenho os dedinhos mais escuros e as pernas também (ignorem, por favor, as manchas amarelas pela pele, é anemia somada a icterícia).

Minha mãe me falou sobre a política de cotas para negros em universidades públicas. Achei super legal os ricos brancos desse país se preocuparem com isso, afinal, eles precisam garantir que os seus representantes sejam eleitos no ano que vêm. Não estou dizendo que é errado, sabe? Afinal, os brancos ricos erraram com os índios desse país e também com os negros lá da África (aliás, por lá eles continuam errando com os negros, mas é outra história). Quando trouxeram os negros para cá, escravizados e maltratados, não deram condições para que eles se desenvolvessem como gente, mas mesmo assim eles conseguiram – lutaram por anos e anos por sua liberdade e mais um tanto de outros anos para sair dos guetos, conseguir se inserir fora das margens da sociedade onde foram colocados e penetrar na mesma. Minha mãe também falou para mim que mesmo hoje algumas pessoas tratam o negro muito mal, como se ele fosse meio que bicho, mas que hoje nem é tanto o problema com o negro, mas sim com as populações das periferias. Ela disse que chamam essas pessoas de gente “parda” e até sai nos certificados militares e documentos de identidade com esse nome.

Daí eu parei para falar com meus irmãos sobre isso e concordamos que a sociedade só estava tentando reparar um erro cometido lá atrás, mas meu irmão mais novo achou que não era bem assim e apoiou aquela minha primeira idéia sobre votos, mas ele disse que quando os políticos apóiam uma minoria é para conseguir votos dela e mostrar pra sociedade que eles se preocupam com as pessoas que ninguém mais se importa.

O que eu comecei a pensar depois disso é por que eles vão dar cotas para os negros, dizendo que eles não conseguem se inserir na sociedade como o branco e não dão cotas aos pobres que não tem acesso a escola. Eu nunca fui pra uma escolinha sequer e meus irmãos também não, então isso quer dizer que se eu seu for pra uma acabarei em uma escola pública, porém, o ensino público não me permitirá ingressar em uma faculdade também pública devido a concorrência. Então por que a cota não é para pobres que estudaram em escolas públicas?

Claro que os negros são minoria na sociedade, pois negro mesmo, descendente de africano de verdade, são uma minoria no país. A população, em sua maior parte, é formada por pardos! Isso, os mulatos! Os negros são poucos, tanto quanto os descendentes diretos de italianos ou de alemães. O que acontece então com a gente que é descendente de italiano ou alemão mas é pobre? Vamos ter que esperar a nossa vez quando os políticos enxergarem que estamos sem escola ou quando a criminalidade começar a ser praticada por uma maioria de olhos claros e pele manchada pela miséria?

Eles se enganam quando atribuem ao preconceito o menor índice de negros em posições de chefia ou de salário, pois o problema não é esse! O problema, de verdade, é com relação as margens da sociedade serem compostas de uma população misturada.

Sabe por quê eu digo isso? Mamãe casou de novo faz uns anos. Casou com um japonês, que tem duas filhas com uma mulata que era de uma bateria de uma escola de samba qualquer aí. O japonês, por sua vez, tem mais um filho com minha mãe. Então, em casa, somos em sete irmãos, dois do meu novo pai, um dele e da minha mãe, mais três irmãos somados a mim. Viu? Somos sete pessoas de peles distintas, mas filhos da pobreza e a maioria de nós não irá conseguir concluir o ensino médio ou sequer chegar perto de uma faculdade.

Devido as condições sociais é capaz que muitos de nós viremos bandidos ou que não saiamos das margens ou, como acontece nos grande centros de miséria, morramos antes de completar 17 anos.

Agora, diga-me uma coisa com toda sinceridade: você acha que a cota para negros é correta? E nós, caucasianos, asiáticos e árabes pobres, como é que ficamos?


Esse texto é meu sim, eu fico completamente irritado com a visão “imediatista” do brasileiro, que se reflete na política dessa maneira covarde. Acredito sim que os negros sofreram muita discriminação e penaram horrores, mas não são eles os massacrados pela sociedade. Qualquer pessoa inserida em uma ambiente de miséria está sem a proteção do estado e não tem acesso a educação de qualidade, nem a qualquer outra condição de desenvolvimento humano, então por que escolher uma minoria para inserir em “cotas”? Isso é medida estúpida e só aqueles que se acham beneficiados por tal medida celebram – o que deve ser feito é dar condição aos que menos tem, quando, na verdade, todos deveriam ter acesso ao ensino público de qualidade!

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23.8.06

Viver de agoras respeitando o amanhã (uma dica)

Seja você mesmo e que se foda o resto. Não aprove falsa moral, não permita que as pessoas falem o que você deve fazer, não se adeque a modelos e não permita que matem em você o que há de contestador. Viva sua vida com intensidade, mas não machuque quem lhe rodeia, não faça as coisas de próposito com o fim de destruir quem te quer bem, mas tenha sempre o seu caminho em mente.

Viva uma vida de agoras, mas não acredite que isso será o pra sempre: cultive amigos, cultive laços e tenha muito fresco em sua mente o pensamento "quem bebe do mesmo copo de vodka nem sempre é seu amigo - na maioria das vezes é só mais um pedaço de carne a venda no balcão".

Também se lembre que o amanhã pode até não vir, mas morrer sem ao menos tentar é sinal de fracasso, pois qualquer um pode viver uma vida em 16, 18 ou 19 anos, mas poucos podem viver várias vidas até os 50 - ser rock-junkie-star é seu objetivo? então que você seja como o Kate Richards, a Madonna ou o Iggy Pop que duraram mais do que 5 anos (e tenha certeza, no final da sua vida não serão só os "moralistas que rirão de você", mas todo o resto, inclusive, aqueles que você achava que te admiravam, pois nem o Super-Homem percebe quão ridículo é vestir sunga por cima da calça).

18.7.06

A nova polêmica das oito

Hoje cedo ouvi a opinião editorial do Jornal da Jovem Pan e logo cedo já fiquei indignado. Não, não foi a opinião da rádio que despertou minha indignação para um fato, mas sim fiquei indignado com a própria postura que o editorial tomou!

Agora é in falar mal da nova novela da Globo, talvez por ser Globo apenas, mas eu creio que os motivos sejam bem maiores. Jornais de todo o país e a sociedade pressionam a emissora para que ela “pegue mais leve” com comentários de um falso moralismo notório.

Todo mundo fala que a nova “novela das oito” da emissora é ofensiva, distorcendo e invertendo valores, mostrando a promiscuidade como algo “normal”, cenas de nudez e testemunhos sobre sexo, cotidiano, divórcio e traição no final da apresentação diária – falam sobre coisas que acontecem todos os dias com milhares de brasileiros espalhados pelo país e mundo afora.

Ao manter essa postura moralista todos os cri-criticos usam argumentos similares, dizendo que “crianças assistem a novela” ou que “o cidadão comum procura entretenimento ao chegar em casa e encontra palavras de baixo calão, cenas eróticas e promiscuidade”.

Em primeiro lugar, a novela tem censura de 12 anos e é responsabilidade dos pais deixarem ou não os filhos assistirem televisão, pois ela não é responsável por educar ninguém e, caso os pais queiram que os filhos absorvam conteúdo “decente”, instalem eles filtros para a Discovery, History Channel ou mandem seus filhos lerem um livro – mas também podem deixar sua prole assistir a novela, mas discutam com os valores mostrados e ensinem a eles o que é “certo ou errado”, ao invés de enrolar o rabo e sentar em cima esperando que o aparelhinho brilhante ensine às crianças algo que preste.

Outra coisa, não adianta falar que o cidadão comum vai pra casa esperando entretenimento “de qualidade” - ele vai pra casa é pra desligar o cérebro! Alguns assistem documentários, filmes e se atualizam através de jornais, outros querem mesmo é uma história sobre o cotidiano – é aí que a novela da Globo entra!

Qual a diferença dessa novela para a Belíssima? Ou qualquer outra novela anterior? Será que é porque essa trata de temas mais contundentes e próximos a realidade? Porque Belíssima era um amontoado de absurdos que deseducava a população de um jeito absurdo, mostrando inverdades sobre a polícia, procedimento jurídicos e um tanto de outras coisas que ninguém questionava (como o “golpe” do personagem André, que não tem fundamento legal algum).

Quando as pessoas falam esse monte de coisas esquecem de dados ou pesquisas que mostram que somente 25% dos casados espera fidelidade (pra mim vale o ditado: “quem espera que o outro traia é porque também pensa em trair”) e algumas pesquisas falam que 2 em cada 5 pessoas com relacionamentos estáveis já pularam a cerca algum dia. Aposto com você que muitos dos falsos moralistas que estão por aí falando merda sobre a novela já deram seus pulos e, em uma manobra mesquinha e vil, tentam disfarçar isso mostrando como são pessoas retas e de bom costume.

A traição é comum em nossa sociedade e falar dela incomoda, como acontece quando falamos sobre a miséria, a criminalidade, o descaso pela saúde e a indiferença pela condição social nacional – é mais fácil tentar tapar o sol com a peneira!

O pior é que essas pessoas fazem isso em uma tentativa de distrair a sociedade dos seus próprios crimes e se passarem por santos, uma atitude que vivencio quase todos os dias quando vejo os “machos de balada”, aqueles caras que saem na noite solteiros, deixam suas namoradas/noivas/esposas em casa e tentam catar qualquer coisa que esteja disponível para uma trepada ligeira (às vezes até um caso mais longo), mas quando você questiona sobre fidelidade, direito da namorada fazer o mesmo ou qualquer outra coisa do gênero, já vêm com um discurso todo pronto falando que nunca tolerariam de sua namorada uma traição e que isso é uma vergonha, que “sentaria a mão” se um dia fossem traídos ou qualquer coisa similar.

É aí que nasce a hipocrisia, porque essa criação vem da família e da sociedade, que passam quase duas décadas lavando a mente dos seus rebentos para que eles se tornem imbecis de falsa moral, com seus aforismos prontos para serem tratados como verdades absolutas, porém vazias.

Só que a dita novela não fala só de promiscuidade e nem de sexo, ela trata de outros temas próximos, mostra que existem pessoas que amam de verdade e que vivem relacionamentos pra vida toda (os personagens de Tarcísio Meira e Glória Menezes), que tem diferenças mas que podem viver juntos (Ana Paula Arósio e Edson Celulari) e sobre a gravidez acidental na adolescência! Agora, tratar de temas que geram discussão é distorcer valores e a moral? É inverter alguma coisa? Que nada! Isso exige discussão!

Esse falso moralismo não atinge só a novela não, impede que as pessoas entendam que droga não é só cocaína e maconha, nem que vejam que se essas drogas fossem legalizadas e tachadas a criminalidade seria reduzida. Também não adianta você proibir o uso de algumas drogas e liberar outras, porque o álcool ou o cigarro estragam o corpo e a mente tanto quanto as outras, a diferença é que a bebida é um vicio social e que o lobby da industria de bebidas é enorme.

O grande problema é que precisamos de bodes expiatórios e, como as pessoas fazem com o Orkut, RPG, cinema e música, vão fazer com a novela – é mais fácil arrumar um alvo para as pedradas, quando a culpa da merda toda deveria é recair sobre o descaso dos pais e do Estado para com a educação!

14.7.06

A moda é: Orkutcídio!!!!

Agora a moda é largar do Orkut! Há exatamente um ano atrás a moda era entrar, agora todo mundo corre, deleta os seus profiles e se arrepende até o último fio de cabelo de ter feito algumas coisas na rede.

Algumas pessoas chamam o Orkut de “brecha para invasões em sua privacidade”, outros falam que “ele deprime” e alguns chegam até a afirmar que o site de relacionamentos “destruiu seu relacionamento com a namorada”.

O Orkut virou o anti-cristo e é a culpa de todos os problemas das pessoas? Não! Ele não é o vilão.

O site de relacionamentos é uma ferramenta fantástica, porém, as pessoas não sabem como utilizá-lo ou como dispor seus dados online, também não sabem o que significa “relacionar-se usando a Internet” e a culpa de tudo não é do site do Google, mas sim das pessoas que fazem parte dele.

Assim aconteceu com muita gente que freqüentava os bate-papos do UOL ou do Terra, pessoas que usaram o IRC, ICQ, sites pessoais, blogs e, mais recentemente, fotologs.

Expor a sua vida na Internet quando é feito da maneira que a grande massa o faz sempre gera problemas! Eu já tive os meus, mas foram quando eu comecei a usar as BBS e a Internet, lá nos idos de 96 e 97 – e foram todos problemas engraçados, desde e-mails mal interpretados até gente doente querendo se enfiar na sua vida, apaixonada por uma imagem que faziam de mim ou usando de má fé informações pessoais que eu divulgava (sem contar alguns problemas de namoro de adolescente também que eu me lembro bem).

Só que eu não botei a culpa na Internet, nem nos e-mails, nem nos blogs e nem em nada além de mim mesmo. O culpado por tudo era eu e mais ninguém, que não sabia utilizar uma ferramenta ou não havia sido educado para entender o que era a Internet e que a informação colocada lá seria visto por qualquer pessoa em qualquer lugar do mundo, aliás, essa pessoa poderia fazer o uso da informação do jeito que desejasse – e vale lembrar que existe MUITA gente mal intencionada no mundo (só a minha volta eu conheço um bocado, imagina no resto da circunferência terrestre?!).

Não adianta nada você sair do Orkut, tirar o seu profile do ar e dizer por aí “nunca mais entro nessa merda”, o problema também irá acontecer com o seu MySpace, com o seu blog, fotolog ou seja lá o que for que mantenha com informações pessoais na Internet.

O que as pessoas tem que ter em mente quando entra no Orkut é uma lista de características que qualquer página na Web tem e também uma lista de precauções que você deve tomar. Não adianta “se matar” na Internet, ela é essencial para muita coisa em sua vida e pode ser uma ferramenta maravilhosa se usada corretamente, caso contrário, será sim um baita problema em sua vida.

Dados pessoais na rede

Evite colocar dados pessoais na Internet que possam gerar problemas. Se você não tem um telefone comercial não divulgue tal informação. Em sites publicos nunca coloque informações que possam dizer onde você frequenta constantemente, nome de familiares, local onde você estuda, informações sobre suas finanças, detalhes sobre o seu cotidiano (nome de seu namorado ou namorada, detalhar problemas familiares, falar quando você viaja, para onde viaja e quando volta, etc) e dados profissionais muito profundos (todas as pessoas não precisam saber se você entra as 9h no trabalho e sai às 19h15 e almoça no Shopping Paulista).

Essas informações podem ser utilizadas de má fé por pessoas que queiram desde aplicar-lhe um golpe até se aproximar para uma amizade. Só que a chance de alguém tentar lhe sacanear é grande.

Mantenha apenas um endereço de e-mail pessoal e, caso seja de seu interesse, comece a trocar e-mails com a pessoa aos poucos. Seja cauteloso, converse bastante antes de passar-lhe seu telefone, se possível, marque um encontro em um lugar público um dia antes de lhe passar dados mais sigilosos. Quem sabe você não encontra pessoas legais pela Internet, mas não permita que pessoas desonestas tenham acesso a informação que não lhes seria dada de mão beijada se você não fosse cauteloso.

IMPORTANTE: Quando você disponibiliza suas informações na Internet pense bem ao fazê-lo e saiba que você deve arcar com as conseqüências. Pese bem o que quer que as pessoas saibam de você e o que você não quer, para só depois colocar em uma página web – lembre-se sempre que a informação estará lá para todos (ao menos que você crie páginas “secretas” só para amigos ou pessoas que possuam senhas para acesso, mas mesmo assim, cautela é palavra de ordem).

Nem todas as pessoas na Internet são seus amigos

Um dos mandamentos mais importantes para a vida de alguém que quer usar a Internet. As pessoas na Internet não são seus amigos, pelo menos não todos, como também nem todo mundo que convive com você é seu amigo também.

As pessoas pela rede tendem a tratar os outros com uma superficialidade imensa e os sorrisos virtuais, palavras soltas por e-mail ou juras de amor/afeto ficam mais fáceis.

Muita gente pode estar adorando a conversa que está tendo contigo pela Internet, mas a maioria não está nem aí: você é mais um amontoado de letrinhas piscando na tela e será tratado como uma representação de escape para o individuo do outro lado.

Você pode até encontrar gente legal e usar a Internet para se comunicar com seu namorado, com seu melhor amigo e até se aproximar de algumas pessoas realmente legais, mas coloque na cabeça que a maioria das pessoas está lá a toa e que você não passa de mais um – elas querem algo de você, mas não necessariamente um relacionamento de verdade.

Pode parecer frieza, mas na verdade é cautela. Não abra brechas pra todo mundo que elogia um texto seu, uma foto sua ou que parece se preocupar com a sua depressão que não passa, porque a pessoa não convive com você. Algumas palavras de apoio nem sempre querem dizer preocupação de verdade COM VOCÊ, mas sim com a sua situação, atenha-se a quem realmente lhe é caro e não corra atrás do pote de ouro, pois a Internet é um imenso arco-íris SEM fim e você nunca vai encontrar essa solução mágica para seus problemas!

Tenha isso em mente e, mesmo que pareça frio ou paranóico, é uma boa maneira de evitar que você saia correndo do Orkut porque as pessoas de lá “não são reais”.

Não acredite em tudo o que lê

Outra coisa muito importante na Internet. Quando você recebe e-mails, scraps, mensagens por programas de mensagem ou qualquer outro meio virtual, não acredite de primeira.

A informação pode ser jornalística ou um convite para você ir atualizar o seu cadastro bancário. Não confie se o endereço não é confiável, pois você pode estar sendo sacaneado!

Nunca acredite em sites que se dizem parceiros de um outro maior e confiável para usar essa ligação para que você use serviços complementares. Não acredite em plugins para programas de mensagens, para navegadores ou até mesmo para o seu Orkut.

Você pode estar pensando: “Como diabos eu descubro a diferença dos confiáveis e dos não confiáveis”. Fácil e simples: se não estiver publicado no site OFICIAL do programa ou do serviço de Internet, não confie.

Um exemplo de serviço agregado confiável é o uso do Flickr.com para postar fotos em seu blog hospedado no Blogspot.com. São serviços amarrados e você encontra informações DENTRO do site do Blogspot explicando que você pode utilizar o Flickr e confiar nele!

Para dar um exemplo de sacanagem basta eu mencionar o tal do Meu Orkut. O site dava várias ferramentas para você, como a possibilidade de mandar scraps para todos os seus amigos, mas pedia para que você colocasse lá o seu nome de usuário e senha. Só que no site do Google não havia lugar algum falando sobre isso.Ele não era um serviço isolado, existiam dezenas de similares em vários idiomas que faziam o mesmo. O que eles faziam na verdade era pegar o seu usuário e guardar a sua senha, para dar golpes posteriormente, roubando sua conta e replicando um virus que roubava senhas do computador – foi aquela febre de “vírus do Orkut”, quando na verdade o problema foi gerado pela falta de cuidado dos usuários com suas senhas.

Tome cuidado, ser crédulo demais sempre dá merda. Então, a palavra de ordem sempre é cautela!

O Orkut é do bem, mas se você usá-lo para isso

Ele é um serviço fantástico que se as pessoas usassem pensando nele como um enorme catálogo de relacionamentos interpessoais e não de busca de alguém para dar uma trepada as coisas seriam mais divertidas. Encontrei pessoas que não via a muito tempo através do Orkut e gostei muito de fazer testemonials, mandar scraps, saber o que elas andam fazendo da vida e manter um contato, mesmo que mínimo, com elas.

O serviço possibilita que você crie um circulo de convívio e relacionamento super legal, onde você descobre que aquele seu amigo de colégio está namorando com aquela sua vizinha de quando você namorava no interior e pode ver os dois de uma vez só! Você também pode descobrir que um grande amigo seu de infância e, posteriormente, de baladas está namorando com uma ex-namorada sua e pode evitar problemas sérios quando causar uma gafe do tipo “Poxa, vocês dois?! Juntos? Que estranho!!”, além de evitar comentários tendenciosos antes de saber do acontecido dando conselhos para uma das partes sem saber qual é a outra envolvida (pode parecer parcialidade, mas isso evita problemas e situações desagradáveis).

Além disso você pode usar a ferramenta para discutir assuntos legais, participar de fóruns interessantes (no Orkut são as comunidades) e até encontrar pessoas que gostam daquele filme independente ganense de um diretor croata indicado para um prêmio em Montreal que você tanto gosta!

Se você recebe ofensas anônimas, montam profiles falsos de você (os bogus) ou tem gente que te persegue pela Internet (os famosos stalkers), calma, isso pode ser evitado tomando providências e tendo cautela na divulgação de informação potencialmente prejudicial. Quando isso acontece apenas reporte ao Orkut que estão realizando ações abusivas, eles tomam providências sempre quando a informação realmente procede.

O mundo está cheio de otários, cheio de gente que vai te torrar o saco e pela Internet não será diferente, a diferença é que ao invés de apenas as pessoas que você conhece na sua faculdade ou bairro te encherem o saco você vai deixar que um neozelandês punheteiro também o faça!

O Orkut é do bem, o problema é que as pessoas tendem a usar qualquer coisas para fazer sacanagem e ganhar vantagem sobre pessoas inocentes e despreparadas.

Não cometa um orkutcídio, aprenda a usar a Internet e amplie seus horizontes, mas lembre-se que visitar salas de bate-papo querendo uma trepadinha rápida as 4h da manhã de uma terça não é algo realmente útil para a sua vida (se quiser fazer isso, vá a uma boate, as chances são melhores e você ainda pode ter uma ajudinha do álcool para encarar a fera – umas tequilas sempre ajudam, em uma escala de 1 a 20 de acordo com a monstruosidade da vítima!).

5.7.06

A política das religiões

Cada uma acredita no que quiser, afinal, religião ou igreja pra mim é sinônimo de entidade política. Acreditar em uma série de costumes, mitologias ou ideologias é apenas o que trouxe a humanidade a seu estado atual, não haveria progresso sem a fé – seja ela em entidades místicas, etéreas ou no próprio homem.

Daí a gente é bombardeado por pérolas na mídia que merecem, com todo o meu carinho e atenção, a dedicação de tempo para entender o que leva o ser humano a ser escapista dessa forma.

Li no Jornal hoje sobre processos civis contra entidades religiosas e achei engraçado como as pessoas cobram soluções mágicas da religião. O apelo do ser humano para o divino sempre existiu, mas é o cumulo entregar sua vida inteira para algo etéreo – é aí que a fé se explica e onde a humanidade se complica.

Coisas como “vender todos os bens e entregar para a Igreja” ou “fazer sacrifícios pessoais” são atitudes comuns entre as pessoas desesperadas ou crentes demais, tudo para poder obter algo em troca, alguma graça ou reconhecimento. No final ninguém faz nada pela fé, mas sim por um benefício desejado. Não se acredita no melhor para o homem e não se acredita que se deve fazer o certo porque é apenas certo, mas sim porque vai lhe garantir um lugar no céu ou vai te curar do câncer.

Ninguém faz nada apenas porque que acredita no melhor, mas sim porque quer obter algo em troca – e se for rápido ou imediato, melhor ainda!

Daí aparecem os espertalhões que vêem uma ótima chance para se aproveitar do desesperado dos “fiéis” e fazem nascer suas Igrejas, templos ou seitas. Aparecem novos santos, novos salvadores e novos iluminados, tudo apoiado no desespero da maioria, que ao invés de pensar em uma forma de melhorar as coisas entrega tudo na mão de Deus (ou qualquer outro nome que o valha) e de uma minoria que o representa – nascem os podres sacro-políticos, onde manda quem é enviado por entidades superiores acima do entendimento do mero mortal.

Só que uma hora as pessoas acordam e resolvem processar a Igreja porque eles não cumpriram suas promessas! Super legal, acho muito válido, mas afinal, qual é a promessa que não foi cumprida? Não posso alegar falta de fé para defender o meu culto? Não posso falar que o fiel não acreditou o suficiente e por isso Snorkel, o Deus dos Mergulhadores, não fez a sua mulher voltar a amá-lo ou sua empresa de mergulho turístico nas ruínas de Atlantis ir para a frente? Sim, eu posso, porém, não posso negar que eu pedi para você me dar toda a sua grana para construir um templo e não lhe garanti de forma física que aconteceria algo. Ah, e não, você não tem problemas espirituais, o que você tem é ingenuidade inerente ao ser humano e eu sou mais espertinho que você – falo que sou um iluminado e que Snorkel, O Condutor, escreve certo por linhas tortas e te encho de aforismos estúpidos para que você fique pensando que realmente ele te ajudou!

Santa estupidez, oh, Snorkel! O pior de tudo é que as pessoas agem assim mesmo e vão acreditar, mas vão adorar receber a indenização em dinheiro para que os lucros recebidos sejam solidificados por vez.

E nesse intermédio eu vou culpando pelas merdas do mundo o Orkut, a Internet, a televisão, as novelas, o cinema, a pelada (não, não é a Mariana do Big Brother), o futebol (só porque o Brasil perdeu, se ganha-se não estava na lista), os livros, a razão, o Faustão, a Belíssima (só por essa semana), o Lula, o Alquiminho, a Coréia do Norte e o que venha mais (eu tenho certeza que o top dessa lista ainda é o RPG, mas não é in falar mal do jogo, droga!).

A matéria que gerou isso tudo está presente na Folha de São Paulo e tem como título “Ex-fiéis vão à Justiça pedir indenização de igrejas”, vou colocar ela na íntegra abaixo:

Ações cobram recompensas por promessas que não foram cumpridas

Pastor disse que, se tivesse fé, homem não cairia do telhado do templo que consertaria; caiu e sofreu politraumatismo

JOÃO CARLOS MAGALHÃES
MATHEUS PICHONELLI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Eles depositaram fé e recursos em quem lhes prometeu dias melhores. Até que, cansados de esperar a providência divina, resolveram pedir o seu dinheiro de volta. São ex-fiéis desapontados que cobram na Justiça indenizações por danos morais e materiais.

Nas estantes de fóruns e do Tribunal de Justiça de São Paulo, casos de pessoas que investiram dinheiro em promessas (desde a celebração de um casamento até o enriquecimento imediato) esperam agora da lei dos homens uma sentença.

As histórias de Maria e de Carlos, ex-freqüentadores da Igreja Universal do Reino de Deus, ilustram essa situação. Eles reclamam na Justiça terem vendido bens, como apartamentos e carros, em troca de prosperidade financeira que não foi alcançada.

Já um católico cobra a devolução de R$ 1.500 pagos para o casamento. Ele pediu o cancelamento dizendo que o padre interferia nos preparativos. O pároco se negou a devolver o dinheiro, e o caso foi à Justiça.

"Quis dias melhores e tudo que me deram foi porrada", conta o padeiro desempregado José Leite. Ele diz ter participado de sessão de descarrego na Universal, na qual o auxiliar do pastor, ao tentar exorcizá-lo, bateu sua cabeça no banco.

Ele quer R$ 5.000 por danos. O pedido foi considerado procedente, mas a igreja apelou. Já Nelson ouviu do pastor que, se tivesse fé, não cairia do telhado que consertaria no templo da Universal. Caiu, teve politraumatismo e requereu R$ 356.200 de indenização. O pedido foi julgado procedente.

"É muito difícil provar que o fiel é ingênuo e foi induzido. Fé não pode ser mensurada", diz Adriano Ferriani, professor da PUC-SP e especialista em responsabilidade civil.

JOÃO CARLOS MAGALHÃES e MATHEUS PICHONELLI participaram do 41º Programa de Treinamento em Jornalismo Diário da Folha , que foi patrocinado pela Philip Morris Brasil
NA INTERNET - Leia a íntegra de entrevistas e mais casos em www.folha.com.br/061715


Ah, também é preciso colocar aqui a matéria “resposta” que veio na seqüência dessa, que vale a pena:

Advogada nega fatos e acusa fiel de traição

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A advogada da Igreja Universal do Reino de Deus Adriana Guimarães afirma que todos os argumentos levantados nos tribunais por antigos fiéis são mentirosos. Segundo ela, os pedidos de indenizações possuem valores altos porque muitos vêem a Universal como uma entidade rica e tentam obter vantagens financeiras.

"Essa Maria freqüentou a igreja durante quase dez anos. Como alguém pode ter sido enganada tanto tempo?", diz a advogada. "É meio que uma traição."

Quanto a José Bezerra, ela diz que se trata de "um oportunista". "Nós provamos na Justiça que a lesão dele era antiga. O juiz julgou com preconceito, como a maioria das pessoas faz com a Universal."

Evangélica, Adriana faz parte de um corpo jurídico formado por 14 advogados da Universal em São Paulo. Ela acredita que os ex-fiéis "têm problemas espirituais".

A Folha relatou o caso do casamento não realizado à assessoria da Cúria de São Paulo, que não telefonou de volta até a conclusão desta edição.

A reportagem enviou e-mails à CNBB, pedindo esclarecimento sobre uma ação por uso indevido de imagem, mas também não obteve resposta.

Para o advogado da Congregação Cristã no Brasil Paulo Sanches Campoi, a liberdade de organização e doutrina das igrejas não pode ser analisada por uma lei humana.

6.6.06

Quer receber bem? Então trabalha bem!!!!

Arrumar pêlo em ovo é super legal, né? Quando a gente trabalha a gente recebe pelo trabalho feito, isso é pagamento justo. Se te pagam para você entregar jornal em uma quadra inteirinha e combinam com você que o dinheiro a ser pago é R$ 5,00 está tudo certo – você entrega os jornais e pega o seu dinheiro, fica tudo certo, porque você efetuou o combinado. Se no jornal tinha uma promoção para enviar um cupom e combinam com você que irá ser pago R$ 0,10 por cupom enviado ao jornal e você recebe esse dinheiro então foi cumprido o combinado. Agora, se você não cria incentivo para que os cupons sejam enviados e nem tenta atingir as pessoas certas que enviarão os cupons, o problema não é de quem te paga, pois eles deram a liberdade para você arrumar as formas para fazê-lo, foi você que não teve a capacidade para tal.

Agora, ficar chorando as pitangas, falando meleca e agindo feito menininha de quinta série é besta demais, né?

O combinado nunca é caro, desde que a parte que se propôs a fazer o trabalho fizer exatamente o que foi combinado, porque receber a grana e não efetuar a encomenda é super fácil.

18.5.06

O protesto sobre a morte da bezerra

Acho muito tocante as pessoas se importarem com os “direitos dos animais” e também com a crueldade dos caçadores de pele, afinal, coitada das focas do Ártico que sofrem com a extração de sua pele somente. Coitadas também das vaquinhas, que ao invés de pastarem livres por aí em um tipo de idolatria sacra, como ocorre na Índia, viram bifes e vão pro prato.

Tudo bem, vou parar com ironias. Falando sério mesmo, eu acho um absurdo sim quando matam animais para alimentar o comércio de peles e não usam o resto todo, não se aproveita mais nada e as carcaças são deixadas lá apodrecendo ao ar livre, tal como fizeram e fazem com os elefantes na África e com um tanto de outros animais. Também respeito a opção dos vegans e outras variantes de vegetarianos que decidiram parar de comer carne ou derivados por um motivo qualquer, afinal, é livre ao ser humano decidir o que quer fazer.

Acho muito válidos os protestos feitos por essas pessoas, afinal, alguém tem que se preocupar com alguns problemas que a maioria nem liga, senão muita porcaria acontecesse, mas porque diabos eles gastam a vida lutando para que as vaquinhas não morram e não movem um dedinho sequer para protestar para algo que realmente valha a pena? Por que não protestam pela educação? Se essa galera que não come carne acha que realmente está errado comer carne e maltratar os bichinhos, então porque não possibilitam que outras pessoas o saibam também? Não, não adianta educar falando sobre o consumo de carne ou vegetais, mas sim educar para que as pessoas possam pensar e chegar a sua próprias conclusões!

É super bonito fechar o trânsito e arrumar abaixo-assinado para acabar com a farra do boi, não é? Também é super legal fazer com que os rodeios parem, afinal, eu não gostaria de um maluco sentado nas minhas costas e socando a espora na minha anca. Só que eu poderia estar arrumando assinaturas para coisas relevantes, coisas que realmente fizessem as pessoas se transformarem em cidadãos pensantes.

Direciono isso para os vegetarianos e “revoltados de grama1”: se vocês acham que seu ponto de vista está tão certo e que as pessoas não são tão esclarecidas quanto vocês, então porque não levar conhecimento para a população? Se ser inteligente é não comer carne e lutar pelo direito dos animais ou pela ecologia, então vai ser natural que todo mundo se importe com isso também, não é mesmo!

Sei que muitos dos defensores dessas “futilidades” vão dizer que o ser humano “não presta” e usar argumentos derivados a visão apocalíptica e semi-darwiniana do auto-extermínio, que o ser humano não merece consideração, que ele é cruel por natureza e outro monte de coisas que sacam das mangas para justificar uma frustração ideológica. Não adianta utilizar essa fórmula, pelo menos não contra mim, pois eu acredito em tudo o que falam sobre o ser humano, mas acredito que as pessoas só são cruéis porque lhes é permitido fazê-lo e a grande maioria o é por conta da ignorância.

Não estou ironizando aqui, estou falando sério. Quando criamos pessoas com consciência podemos exigir delas postura quanto a assuntos de menor relevância? Tá, não quis dizer que são frivolidades os direitos dos animais e nem quero ouvir aquele discurso todo que eu já conheço sobre a igualdade dos animais, que eles também tem direito a nosso planeta e toda aquela retórica ecológica, acredito em muito dela, mas acho que o ser humano deveria ser educado em primeiro lugar para que soubesse seu papel no mundo e na sociedade.

Não adianta você criar um monte de preenchedores de formulários e de gabaritos, não adianta fazer com as pessoas apenas aprendam a escrever e não adianta também utilizar os métodos dos políticos que é o de fazer “propaganda” sem que o outro lado esteja pronto a receber ou processar qualquer tipo de mensagem. É necessário que sejam criados agentes da transformação e que as pessoas possam por si só acordarem para o que é certo ou errado, mas para isso é necessário que elas tenham meios para fazer essa análise.

Acredito que protestar contra o consumo de carne, exigir que o alimento orgânico seja prioridade, para que os transgênicos sejam retirados de nossas plantações, que parem de matar o papagaio do rabo rosa ou mico-leão-anão-de-bolsa-bege é perda de tempo. É o mesmo que fazer um protesto pela paz.

Não adianta mostrar a comoção popular para um assunto quando os assuntos realmente relevantes e que poderiam criar mais pessoas contestadoras não são tratados com seriedade. Reforço que acho super legal a movimentação para esses “protestos”, mas acredito que a preocupação deveria ser com o processo de educação e o acesso a informação igualitária.

Nosso país é formado por analfabetos funcionais que não conseguem discernir sobre certo e errado quando lêem um texto, não conseguem compreender os abusos de um governo que exigem mais deveres do que dá benefícios. Além disso, a população desconhece os seus direitos básicos, desconhece a Constituição e o Código Civil, não sabe o que lhe é garantido pelos Direitos Humanos e também não consegue entender o que está escrito em qualquer um desses documentos. Nossos cidadãos não sabem nada disso e duvido que a maioria das pessoas que estão lendo este texto também o saibam. Pensem e citem sem consulta apenas um direito garantido a vocês pela Constituição ou, melhor ainda, qualquer um dos direitos que está lá no estatuto dos Direitos Humanos.

Como você pode exigir que alguém então respeite o Direito dos Animais se não conhece os Direitos Humanos? Como você quer pedir por paz se as pessoas não sabem o que isso significa?

É preciso criar cidadãos, pessoas que saibam em que contexto estão inclusas. Também é necessário educar para que essas pessoas tenham sim direitos iguais a todo mundo: direito a informação, ao ensino e a inserção na sociedade.

Depois da educação, você pode então lutar por uma distribuição igualitária de renda, pela melhoria na saúde, pelos animais, pela não poluição das nossas reservas de água potável, pela preservação das espécies nativas, pela eliminação de atos cruéis contra os seres humanos E contra animais, pela geração de emprego em Itapopoca do Sul2 e por aí vai.

Quando você cria pessoas que tenham poder de questionar a sociedade e o seu papel no mundo, você cria pessoas que possam melhorar quaisquer dos assuntos discutidos em diversas mesas de bares pelo Brasil afora, sem contar que você leva as discussões para fora das mesas de bares e consegue que elas entrem nos palcos de ação, onde deviam estar inseridas desde o início para que as mudanças ocorressem de fato.

Pense sobre o assunto e veja que é muito fofinho pensar em você salvando um coelhinho felpudo de virar chapéu no inverno, mas pense que quando você cria pessoas que pensem terá mais gente se preocupando com o mesmo coelho e que pensar bonito não muda a nossa realidade.

Também tenha em mente que o governo não vai fazer nada para mudar essa realidade, pois quanto mais pessoas sem poder de raciocínio, mais gado para manipular para que os interesses do Estado sejam defendidos, ou melhor, para que os interessas da minoria que o Estado representa – as pessoas que tem dinheiro. Quanto mais gente burra, mais votos para os candidatos quando eles beijam crianças no colo e tiram o lixo das praias – e olha que ele só precisa fazer isso uma vez a cada quatro ou oito anos.


1“Revoltado de grama” no dicionário Poesístico, se refere às pessoas que ingressam em universidades públicas, sejam federais ou estaduais, e ficam o dia todo com a bunda sentada na grama, fumando seu cigarrinho, viajando na batatinha, vendo o mundo passar e resolvem, de tempos em tempos, tirar a bunda de lá para fazer protestos sobre assuntos que surgem durante as suas “introspecções”.

2“Itapopoca do Sul”, no dicionário Poesístico, se refere a qualquer cidade em qualquer canto do país, não importando quão longe ela esteja e nem mesmo o seu número de habitantes ou importância econômica.

16.5.06

O PCC, a TV e o frenesi popular

Não sei porque hoje me veio a mente uma história do século passado, quando os nossos queridos coleguinhas viciados em petróleo, os norte-americanos, passaram por um frenesi popular causado por um programa de rádio.

Tudo isso aconteceu em 30 de outubro de 1938, em um programa transmitido pela rádio CBS produzido pelo ator Orson Welles. No programa, Welles apresentou o texto “A Guerra dos Mundos”, do escritor inglês H. G. Wells, uma obra de ficção que descreve a invasão da Terra por um número altíssimo de naves marcianas. O texto original está em forma de narrativa, mas Welles resolveu apresentá-la no seu formato, simulando então as horas da invasão como notícias. A população entrou em um frenesi absurdo, desprevenida de que o conteúdo era ficcional, devido a uma combinação de fatores, mas o principal deles é no momento em que a dramatização teve inicio e o conteúdo foi apresentado como a obra de Wells, poucas pessoas ouviam o programa – neste horário todos estavam ouvindo um outro programa muito popular nos EUA. Vale lembrar que em 1938 o rádio era o único e primeiro meio de comunicação em massa que se utilizava do imediatismo da informação, podendo apresentar os fatos onde e no momento que eles ocorriam. Quase todos os americanos entraram em pânico, do interior até Nova Iorque.

Lembrei disso hoje cedo, enquanto ia para o trabalho. O ônibus estava vazio e as poucas vozes ouvidas eram da cobradora conversando com uma passageira e de umas outras duas pessoas que batiam papo sobre o que passamos nestes últimos dias.

Era evidente que a comoção popular foi imensa com relação aos fatos do final de semana e todos os policiais mortos, ônibus incendiados e meia dúzia de agências bancárias atacadas criou uma nova mitologia popular. Na verdade, tudo se transformou em uma história que pode ter um paralelo ao 11 de setembro. São histórias distintas, com números bem diferentes e dentro de um outro contexto, porém, a nossa segunda-feira, 15 de maio, foi semelhante aos dias que se seguiram ao dia do ataque às Torres Gêmeas, mas com uma pitadinha do programa do Welles.

Fomos cercados por boataria e todo mundo ficou sem saber o que fazer. Toda a população acreditava que os absurdos que aconteceram no final de semana estavam se repetindo. A televisão passava imagens do final de semana em um tipo de coletânea como se aquilo houvesse ocorrido naquele instante, não havia nada falando que eram imagens da sexta-feira e do sábado. Exibiam-se imagens de sangue em viaturas policiais, sangue nas ruas, delegacias com buracos de bala, bonés da PM com perfurados e ensaguentados, granadas nas ruas e todas as imagens que podiam causar impacto. As emissoras buscavam aumentar a audiência e resumir a história toda. Pela Bandeirantes, pela Record, pela Rede TV, pelo SBT e pela Globo eram vistas as imagens do final de semana – todo o estado de São Paulo era bombardeado pelas informações como se aquilo estivesse acontecendo ainda. Só que ninguém mostrava que aquilo havia acontecido e também não noticiavam de fato o motivo do caos urbano da segunda-feira pós ataques contra policiais.

O problema era mais simples e não estava sendo causado pelo PCC e nem mesmo por tiroteios, nem mesmo pela policia que caçava os seus agressores. O que causou o caos urbano foi a parada da frota de ônibus da cidade, que ficou quase toda na garagem. O motivo? No dia anterior até a madrugada da segunda, os mesmos bandidos que atacaram policias e delegacias resolveram levar o caos para que os civis sentissem na pele o seu poder. Não houve baixa civil alguma, mas eles incendiaram quase 60 ônibus e aproveitaram-se de outros criminosos aproveitadores que copiaram as atitudes do PCC para poder “ganhar moral” no mundo do crime, uns copycats de merda que acharam a oportunidade certa para falarem por aí “eu sou do PCC”, mesmo que nem saiba o que a sigla significa.

As empresas de ônibus ficaram assustadas e decidiram não levar a sua frota para as ruas, com medo de mais prejuízos e querendo que o Estado tomasse providências para preservar o seu patrimônio. Então, com os ônibus na garagem sem um aviso prévio a população ficou como se locomover na cidade. Aí então o caos se espalhou, como acontece em São Paulo toda a vez que os ônibus ou os trens resolvem parar. Ninguém conseguia ir para lugar algum, mas o agravante foi que a televisão, rádios e afins mostravam a população uma outra verdade: associavam aos atentados do final de semana a zona toda da segunda-feira. Não era de todo mentira que a causa foram os problemas do final de semana, mas a causa direta eram os ônibus parados – criou-se o

Digo que isso foi histeria popular, puro frenesi causado pelo tratamento sensacionalista que quase toda a mídia deu ao problema. Se não é frenesi popular, então porque Sorocaba, minha cidade natal, foi atingida pelo mesmo caos de São Paulo? Só que o de lá foi diferente, todo sorocabano queria ter uma notícia sobre o que estava acontecendo e fazer parte do drama que via na televisão. Os números de Sorocaba são bem inferiores ao de São Paulo, mesmo que por lá também tenham atirado contra policiais e delegacias, mas se foram 5 os atingidos já é exagero. Ah, sim, queimaram UM ônibus lá, mas continuo a acreditar que foi um bandidinho, desses ladrões de galinhas copiadores que aproveitaram para mostrar o quanto são malvados. Os quase 700 mil sorocabanos acharam que estavam no meio do fogo cruzado também! Minha mãe me ligou, amigos me ligaram, minha irmã mandou e-mail e por aí foi! Todo mundo em pânico, assustado e achando que estavam atirando contra as casas, contra os bancos e contra tudo o mais! E lá se foi o pessoal voltando para casa mais cedo, não indo para a aula a noite e tudo o mais. Entramos no terror causado pela mídia, todo mundo com medo de algo que não estava acontecendo perto!

Foi como o medo de bombardearem o país na Segunda Grande Guerra, que minha avó contava que todos sentiram, mesmo que a guerra estivesse em outro continente e que o Brasil nem passasse perto de ser uma nação agressora ao Eixo (o nome da aliança entre Alemanha, Itália, Japão e paisecos que apoianhavam Hitler).

A mídia fez um papel ambíguo, oras esclarecendo, oras cagando tudo. Como sempre, os prêmios para “gerador de pânico” devem ir para Record, Bandeirantes e RedeTV, afinal, sem eles não saberíamos de opiniões super relevantes, como as do apresentador Datena.

E eu sou obrigado a ouvir ainda de gente esclarecida que o ontem a cidade estava uma merda mesmo, que ontem havia o perigo, que ontem havia o medo e que imprensa fez o papel dela. Não é a notícia ou o fato que importa, mas sim a maneira como ele é exibido.

O sentimento gerado foi potencializado e aumentado, ontem a cidade estava segura? Podia estar, mas o paulistano não iria sentir isso, afinal, ainda era recente o sentimento de impotência e tudo aquilo parecia estar agindo na mente. Adrenalina disparada pelo medo. Só que a mídia tratou o assunto de forma recursiva, voltava ao mesmo ponto como se tudo estivesse ocorrendo ainda, filmava carros de polícia em blitz pela cidade e tentavam pegar furos de reportagem. Falavam que haviam atirado contra policiais em algum lugar, que haviam prendido não-sei-quem em não-sei-onde e tudo foi aumentando, como se todos os crimes que ocorressem na cidade fossem pensados e tramados pelo PCC, como se tudo fosse interligado.

Ao invés de acalmar a população, de esclarecer os fatos, a mídia lutou para produzir o melhor show, explicar da melhor forma como tudo aconteceu e ficar batendo na mesma tecla, como se ontem ainda estivessem ocorrendo agressões sérias contra a força policial e como se tudo fosse gerado pela insurreição dos criminosos.

Em um passe mágica a mídia se tornou mais uma vez a causadora de mais mal entendidos do que esclarecimentos, armando o seu circo como fez em 1992, quando invadiram o Pavilhão 9 do Carandiru e meteram bala em todos os presos. Só que foi mais divertido, afinal, bancar o Welles é mais interessante que bancar Deus, pois com informação você define se Deus existe ou não, podendo até inventar novos deuses!

Se não foi excessiva a postura da mídia me expliquem porque diabos os sorocabanos ficaram preocupados! Por que lá em Itapopoca do Sul as pessoas achavam que iam levar bala? Por que os celulares caíram na segunda? Por que isso não aconteceu no sábado? No domingo? Eu não recebi ligação alguma no final de semana para saber se estava tudo bem, a não ser da mãe da minha noiva porque havíamos pego estrada para ir a uma festa no sábado a noite.

O sentimento gerado ontem é culpa sim de uma ação criminosa que tirou os ônibus das ruas, mas o caos urbano foi causado pela retirada dos ônibus e não pela continuidade dos atos de sexta e sábado, mas tudo isso foi potencializado, mais uma vez, por nossa querida mídia e provou-se mais uma vez que a mídia impressa ainda é a mais confiável, juntamente com os jornais sérios que tem seu material na Internet – televisão e rádio ganharam mais pontos em sua capacidade de aterrorizar mais e esclarecer menos, já que perderam ótimas oportunidades de tranquilizarem a população ao invés de gerar pânico em massa.

Agora vamos esperar, porque vai ter um monte de psiquiatra e psicólogo feliz porque aumentaram as crises de pânico. E dá-lhe Maracujina e Vitassae na galera!

3.5.06

Jogue no lixo seu conhecimento, o que vale é saber pra quem oferecer o café primeiro

Observação é uma maneira interessante de se aprender um tanto de coisas, mesmo que a frustração flerte bem de perto as vezes conosco, podemos tirar lições valiosas de tudo o que nos cerca.

Aprendi algo valioso: você pode se reciclar, saber aplicar o máximo possível seus conhecimentos e estar mais preparado do que a grande maioria do mercado em que você atua, mas nada disso importa quando existem “interesses maiores” envolvidos.

Quando apertam a sua “bundinha” você não tem muito o que fazer a não ser falar amém. Então você pega tudo aquilo que sabe, todo o conhecimento fundamentado, todas as horas que passou aprendendo como utilizá-lo da forma correta e ignora, porque assim o pediram. Não adianta bater o pé, afinal, a pessoa que solicitou que você ignorasse o seu conhecimento tem poder maior que o seu. Ignore também que as sugestões que você tem não são apenas palpites, mas você colocou-as em prática para oferecer uma solução. Não ligue se não vão ouvir o que você a dizer ou que vão jogar a solução pela janela, afinal, não é por competência que a decisão foi tomada, mas sim por poder.

O “poder” é algo interessante, tanto como substantivo como verbo, pois ele inibe outras ações. É a famosa ciranda de influências que vive a solta por aí – e você deve saber o seu lugar, o de apertador de botões. As instituições exigem pessoas proativas, que tenham algo a adicionar e que briguem para o melhor para o desenvolvimento interno, mas na hora de colocar em prática ganha, na maioria das vezes, aquele que bebeu mais cervejas com alguém superior a você.

Acho que a competência deveria ser aposentada e o número de cervejas colocado acima do conhecimento, afinal, não adianta você encaminhar as coisas para os melhores rumos, pois no final são as pernas trançadas que irão definir para onde se deve seguir.

Esqueçam tudo o que aprenderam na vida e, principalmente, toda a teoria acumulada, pois, na prática, o que importa são os tapinhas nas costas e aqueles sorrisos todos de salas de reunião.

Competência pra que quando você joga futebol, toma cerveja ou dá tapinhas nas costas da pessoa certa?

Vou sair por aí dando tapinhas nas costas, com o meu conhecimento adquirido eu posso ficar sem estudar por décadas e ainda os tapinhas vão conseguir esconder as falhas que vão se abrir em meu conhecimento, afinal, o que vale de fato são os meus olhos azuis, que se foda o que tem atrás deles.

Nota mental: preciso começar a usar terno e gravata, talvez assim eu seja uma pessoa melhor.

24.4.06

Porque as pessoas me irritam

"Do. Or do not. There is no try." - Yoda

Por vários e vários anos eu tentei ser uma pessoa melhor, hoje sei que não sou alguém melhor e que isso não será possível, o que eu posso tentar é melhorar sempre. È mais ou menos como tentar alcançar o divino, naquela história da tríade budista representada pela letra Ohm () - corpo, alma e mente, todos os três em busca do divino, que fica separado e desligado de ambos.

Agora eu assumo a minha frustração e começo a seguir um rumo diferente. Tento não só “melhorar a mim mesmo”, mas também a tentar melhorar as coisas que estão a minha volta. Poderia sugerir ao mundo que isso é altruísmo ou que eu sou uma pessoa “iluminada”, mas a verdade é outra – quero um mundo decente para que eu possa viver do jeito que acho correto e também um mundo decente para os meus filhos. Não quero a paz mundial, porque o homem nunca vai conseguir viver em paz, mas quero objetivos mais básicos, quero poucas mudanças, mas que elas ocorram de fato.

E devido a tudo isso descobri algo amargo: as pessoas me irritam. Sim, o ser humano me irrita porque gosta de ser ignorante e permite que outras pessoas montem em cima deles – e não é de hoje isso, sempre foi assim. Quando você lê as palavras de filósofos antigos e até mesmo de gente mais “nova”, como Nietzche, Kropotikin, G. Orwell, Tolstoi e afins você vê essa preguiça de mudar e de fazer que é inerente ao ser. Isso me enerva e ultimamente tento ao máximo combater essa postura nos outros.

Acham que eu estou falando besteira? Tudo bem, vamos então tentar pensar um pouco.

1. Você sabe os seus direitos?

Se a resposta é positiva e você sabe a maioria dos seus direitos como cidadão brasileiro e como ser humano, então pare e pense como você os aprendeu. Alguém lhe disse? Se sim, quem? Seus pais? Sua namorada ou namorado? Seus amigos? Ou você foi atrás por conta? Na verdade, os seus direitos deveriam ser ensinados na escola, mas se você foi atrás deles, parabéns, você faz parte da minoria. Pergunta para sua empregada se ela sabe quais são os artigos dos direitos humanos; na verdade, nem precisa perguntar se ela sabe os artigos, mas sim o que definem esses direitos e o que ela tem como garantias. Tenta agora perguntar para o seu porteiro, para o tio da banca, para o cobrador, para o motoboy que entrega pizzas pra você ou para o seu amigo do apartamento ao lado. A maioria das pessoas não saberá responder a sua pergunta.

Agora, tente com a Constituição, que define os direitos e deveres da pessoa como cidadã do país.

Sim, você vai ficar assustado, pois ninguém sabe o que pode ou não ser feito quando um carro da polícia te para na rua e começa a pedir para que você tire seus tênis e peça os seus documentos ou para revistar a sua bolsa. Você precisa saber, por exemplo, que você não tem o dever de tirar o seu tênis, que você não pode tirar a sua meia, que eles não podem pedir para que tire a sua camisa (levantar na altura da barriga eles podem) e também não podem colocar a mão dentro da sua bolsa ou carteira. Só que você sabia disso? Creio que se souber faz parte da minoria que teve acesso a essa informação porque (1) seus pais trabalham na área de direito ou (2) você está fazendo faculdade de direito.

Enfim, isso me irrita, porque o ser humano não sabe nem se pode ou não peidar no elevador e vem se metendo na vida alheia como se soubesse de tudo, como se os valores morais que são naturais ao INDIVIDUO pertencessem a eles e a sua doutrina pseudo-religiosa definisse tudo o que deve ser sabido. Arghs!

2. Mandam eu fazer, eu faço

Arghs, esse é o motivo mais estúpido de todos. Herança retardada da mente colonizada e apertada por todos esses séculos por uma sociedade baseada em oligarquias agrárias e elites que sempre deixaram o povo o mais estúpido possível para não reclamar do pasto cheio de bosta que ele é obrigado a utilizar como comida.

As pessoas não se mexem e, quando você questiona porque não agiram com relação a algo, dizem “ninguém me pediu pra fazer”.

Proatividade e necessidade de mudança, ação frente aos perigos, desafios e injustiças. Ninguém sabe de nada então ninguém é obrigado a fazer nada. As pessoas foram condicionadas a serem passivas, a não exigirem mudanças na estrutura da sociedade.

Porque não fazem igual o pessoal fez lá na Bolívia e fazem uma greve geral para solicitar mudanças que melhoram a vida do povo? Não, nem os bolivianos fizeram direito e, segundo fontes oficiais (nas quais eu não costumo a acreditar muito não, principalmente porque defendem os interesses de quem está no poder – isso pra mim se chama propaganda) só 30% da população do país aderiu a greve.

3. Não adianta votar, afinal, político é tudo ladrão

Frase e espírito pra lá de idiota. Poxa, se você não acredita em política, então começa a batalhar pra fazer a sua política. Caso você não acredite que os políticos são honestos (como eu não acredito), então faça algo pra mudar. Comece a pesquisar sobre pessoas que também acham isso e comece a olhar com cuidado onde você coloca os seus pezinhos. Não adianta bancar o revoltado punk de esquina e falar “não brinco mais”, tem que fazer algo pra mudar o sistema de verdade, ao invés de ficar arrotando ideologia adolescente.

Taí, as pessoas me irritam profundamente com esse conformismo. Não é só com relação a isso, é com relação a tudo. A maioria é burra e ainda acredito piamente que o coletivo é inercial, a massa é ociosa e segue o fluxo mais fácil – a lei do menor esforço não foi feita pelo Gerson, mas sim por algo bem mais antigo, mais incrustado na natureza humana.

4. Passa na TV, então é verdade

Outro motivo porque as pessoas me irritam, mas que acaba sendo gerado pela mesma preguiça mental dos dois anteriores.

Se na televisão passa alguma coisa, então aquilo é fato consumado e não é mentira. Pare, como a televisão mentiria para a gente, afinal, ela nos educou da década de 1970 até os tempos atuais. Impossível que nossa fiel matriarca e divulgadora das verdades universais estaria divulgando informação não condizente com a verdade factual.

O problema não é a televisão, mas toda a mídia e todo o jornalismo. A televisão não divulga a verdade, mas sim um aspecto dela. Acaba sendo parcial sim, divulgando informações que defendam os interesses da emissora de TV ou rádio, do conselho diretor ou do patrocinador. O governo tem parcela nisso, afinal, quando a mídia resolve apoiar ou ir contra ele, aí dá pano pra manga.

Isso não acontece só no Brasil, não vou falar que o brasileiro é estúpido, mas todo mundo o é de verdade. O ser humano parece um amontoado de parasitas nas costas de um caramujo seguindo para onde a massa flácida, gorda e gosmenta vai.

Neste final de semana tivemos um exemplo muito próximo disso. A mídia resolveu fazer um auê danado sobre uns problemas com “skin heads” que ocorreram na região dos Jardins, entre a Rebouças e a Consolação. Segundo a imprensa e testemunhas a culpa foi dos “carecas”, mas os fatos são bem diferentes do que a imprensa divulgou a sete ventos. O Terra, UOL, Folha e a Globo resolveram fazer a barulheira, um dramalhão repetitivo com relação a agressão aos “homossexuais e simpatizantes” na rua.

A verdade é um pouco mais dura, porque eles agrediram sim as pessoas que estavam na Alameda Itu, fizeram isso com outras pessoas na Rua da Consolação, mas os fatos estavam todos misturados, exagerados e localizados de forma errada. Em uma matéria no Terra se dizia que haviam retirado as pessoas de um bar na esquina da Itu com a Consolação, mentira, pois o que tem lá é o Omalley’s, o lugar mais hetero do mundo (principalmente porque é onde os gringos e “branquelos” se encontram, pois é um pub IRLÂNDES, sabiam?). Essa foi só uma das besteiras, porque a pessoa que morreu no final de semana lá foi esfaqueada e estava na calçada, no meio da muvuca e, até onde eu sei, não era “uma bicha”, mas um punk que estava pelos arredores e havia mexido anteriormente com as figuras que passaram “tocando o terror” por lá, ou seja, pegaram ele de verdade porque ele motivou a agressão com aquela dureza.

Sabem de outra coisa que a mídia não falou pra vocês? Que a rua estava cheia de gente nas duas noites que passaram por lá e ninguém, absolutamente ninguém fez nada para impedir a violência. O número de pessoas na rua era bem maior do que o volume de agressores e não houve esboço de reação alguma, ah, na verdade houve sim, todo mundo correu para todos os lados. Como as pessoas vão exigir serem respeitadas se não defendem quem está precisando, mas o pior é que vai cada um por si e que se foda o outro que está sendo estourado a base de chutes. Sim, é isso que acontece e a imprensa não fala nada a respeito, afinal, se defender é crime, não é mesmo? Ops, na verdade, não é!

5. Ah, estou com preguiça de ler tudo isso

Se você chegou até aqui este não é o seu problema, mas é o da maioria das pessoas. Ninguém lê nada, ninguém para dez minutos que seja para ler um texto que fale sobre qualquer coisa relevante. Todos vivem em uma cultura de “ligeirezas”, pois frases com mais de cinco palavras ou que levem mais de dez segundos para se absorver são muito. É uma cultura de fast-food, onde as pessoas estão acostumadas a absorver a informação dos comerciais de TV, outdoors e afins, mas não conseguem absorver informação relevante. Todo mundo sabe o novo slogan da Coca-Cola ou do Mac Donalds, mas ninguém se interessa de fato para saber o nome do Vice-Presidente, Vice-Governador ou Vice-Prefeito, mesmo quando os Vices acabam governando no lugar dos titulares diversas vezes e, mesmo que você não tenha votado nele, quando elegeu seu candidato colocou aquele outro cara que você não confia muito junto (aliás, nessas horas você tem que ter em mente também o “conte-me com quem andas que eu te direis quem é”).

Ninguém quer ler nada pois não tem interesse, é mais fácil receber idéias digeridas do que pensar por conta, é mais fácil ser liderado que tomar suas decisões e é mais fácil deixar que tudo acabe em merda pois não é você que vai ter que limpar depois - bem, não em um primeiro momento, mas quem aguenta o mau cheiro é SIM você.