10.5.05

Dia cinza. Tudo para ser triste. Tudo para ser melancólico. Só que eu nunca amei um dia cinza do jeito que estou amando a este. Meu dia cinza nasceu com um Sol próprio. A luz refletiu uma imagem mágica, coisa que consegue reacender uma velha chama que já estava apagadinha. Acredito que eu tenha fé, mesmo que uma fé meio blasé, mas mesmo assim fé (talvez a chame de blasfé, criar neologismos é in). Tenho fé no meu peito e resgatei uma divindade que sempre me foi amiga, mas sempre arremeissei-a para bem longe, por receio e por mágoa acumulada – acredito no ser humano, mesmo que dúvide de sua pureza.

Vários motivos, várias coisas, mas na verdade eles importam a Mim. Só a Mim, no sentido que só Eu entendo.

Já falei tanta coisa, acho eu. Falei o que eu sentia, falei dos meus medos, falei das coisas que eu pensava, das coisas que eu queria, das coisas que eu via e mantinha aqui dentro. Acho até que eu falei demais. Será? Acho que sim. É algo bem estranho falar demais e saber disso, você fica com aquela cara de “oops”. Só que o pior ainda é você continuar fazendo a mesma coisa. Não vou parar. Acho que travou outro botãozinho aqui e, dessa vez, não foi o do “foda-se”. O botão que está travado permite a mim abrir o peito e deixar as coisas vazarem, tanto para dentro quanto para fora.

Existem poucas coisas na vida melhores do que estar com quem se gosta. Cada toque na pele, cada selinho, cada dedo que escorre por entre os fios de cabelo, cada palavrinha besta que acaba saindo (nem que seja bobeira movida pelo sono) e cada “mexidinha” enquanto se dorme. É bom acordar no meio da madrugada e ficar observando os sonhos acontecendo, observar que algo existe e não tem nome, que o silêncio vale mais do que todas as palavras trocadas durante horas e horas (e olha que foram palavras trocadas, hein? Duas matracas juntas é foda demais!).

Em algum lugar nos seus olhos eu me perdi. Não sei dizer bem se foi agora ou foi a uns bons 8 ou 9 meses atrás, mas eu me perdi. Não sei, acho que estou errado. Encontrei-me, essa é a verdade. De uma maneira nova, como já dito, como já descoberto. Existem maneiras diferentes de se estar em lugares diversos, existem maneiras de se entregar a um caminho e a uma empreitada. A vida ensina para a gente, com o tempo e as porradas, que não importa onde estejamos, existe um lugar bem melhor – creio que estou no melhor lugar possível e hoje agradeço todas as lágrimas derrubadas, todas as chateações, todos os surtos, todo o álcool bebido, toda mente fragmentada, toda queda maldita e todas as coisas boas que acabam acontecendo nos intervalos; tudo isso possibilitou-me estar onde eu estou, ao seu lado. É aí que eu quero estar, como amigo, como namorado.

E vamos em frente, porque vamos atropelando o mundo: esse eu com o jeito desligado e desencanado, o eu daí com a energia de quem quer mais sempre e com o detalhismo de quem quer o melhor. No final, um Eu.

Amo por você ser sensível. Amo por você ser incrível. Amo por você ser sincera. Amo por você ter medo e não querer assumir que o tem. Amo por você guardar seus segredos melhor do que eu consigo fazer. Amo por você ser um menininho fofo. Amo por você ser o que você é. Amo. E vou ficar falando isso até você realmente estar convencida. E nada de “easy words”, é de verdade. Nada de "More than words", prefiro "Enjoy the silence". Pode até não ser o que você esperava, mas não espere muito daqui, o que tenho pra lhe dar é pouco, já disse, mas está aí, sempre - tenho pra lhe dar o que você quiser tomar com teu!

Outra vez, disse demais.

Ooooops, I did again!!!!!

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Fazia tempo que não escrevia, saiu:

Efêmera

Quando não te visse não seria espanto,
Pois estaria a sonhar com outros muitos
Momentos de alegria tão simples e diversa
Que deixaria essa saudade tão pequena.

No final, sei que te veria como foi feito
Quando imaginei os meus Paraísos secretos:
Tu serias tão perfeita que eu te amaria
A toda hora mesmo que viesse cheia de erros.

That's all, folks!

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