29.9.05

Preciso falar sobre, mesmo sabendo que não estarei falando pra quem o texto é direcionado. Assim eu solto esse nó da garganta.

Algumas histórias que correm por aí me deixam boquiaberto. Tudo bem, não se deve acreditar em tudo o que se houve, principalmente porque a informação chega com ruído e distorcida. Só que eu não dúvido nada que tenha acontecido algo parecido e, mesmo assim, nada agradável. Pessoas tendem a ignorar alguns direitos básicos do ser humano e apelar para uma lealdade mediavalesca estúpida que me deixa assustado.

São esquecidos direitos básicos do ser humano, como a liberdade de ir e vir, liberdade de livre pensamento e outros mais que são colocados de lado, afinal, o ser humano torna-se propriedade de “mentes superiores” com acessos de megalomania.

Você pode escolher pessoas que desejem trabalhar por suas rodas de convívio ou por sua postura com relação a vida, porém, se isto ficar claro como discriminação é crime punível por lei. Provando competência para uma determinada função, qualquer pessoa, desde que não esteja dentro de uma lista de restrições bem-reduziada, tem direito por trabalho – independentemente de todo o resto.

Vale mencionar que o que leva alguns tipos de relaciomento a coexistirem sem problemsa é uma coisa chamada ética, a qual poucas pessoas respeitam. Em um universo amoral, onde é normal fazer coisas que prejudiquem a si mesmo e aos outros, a ética acaba sendo distorcida. Pequenos delitos são comuns, então, porque não burlar também os mecanismos de coexistência social, não é mesmo?

Na verdade, a ética do mundinho é algo completamente distinto. Não existe um manual escrito e nem mesmo uma linha a seguir! Talvez, o mais próximo seja aquele famoso “Código de Honra dos Piradas”, mas esses ainda seguiam algo mais honesto.


2 conjunto de regras e preceitos de ordem valorativa e moral de um indivíduo, de um grupo social ou de uma sociedade

- DICIONÁRIO HOUAISS DA LÍNGUA PORTUGUESA

O que temos aqui é, senão, uma variação muito intima de criminalidade moral. Não há limites para a auto-promoção, vale desde manipulações da opinião pública até ataques diretos sem sentido. Credita-se fatos e situações a pessoas, criam-se histórias e mais histórias fictícias, que de tanto serem repetidas e passadas adiante tornam-se fato. Disse Joseph Goebbels que “uma mentira contada mil vezes torna-se verdade”. Talvez nem tenha sido ele que proclamou essa frase, talvez um conjunto de mentiras tenha moldado isso também, mas isso é o kernell da propaganda!

Mentir é comum para essas pessoas, nem mesmo sabemos o que é verdade. Os sentimentos são moldados, a realidade distorcida para se enquadrar em sua visão estreita.

Então ficamos a mercê dessas inverdades e nos tornamos, por conseqüência, personagens das historecas contadas pelos cantinhos escuros da cidade.

E fica lá, a falta de ética e uma introspecção na forma de agir, tão evidente nesse pequeno nicho em que vivemos, mas tão discretamente enraizada no modo de agir de toda a humanidade (não vou falar dos brasileiros, a filhadaputagem adquirida não é exclusividade nossa, apenas é mais disseminada e cara-de-pau, assumida).

Cria-se um universo onde o que vale é a esperteza, na pior acepção da palavra. O mais malicioso e vil leva vantagem então, criando um clima de intriga e guerrinha de egos.

É errado pensar que estamos imunes a qualquer desprendimento dessas atitudes, estamos sujeitos a elas a todo o momento e, às vezes, somos quem realiza a ofensa. Está certo que algumas pessoas tendem a agir de forma mais responsável com as outras e respeitar uma série de preceitos morais que não está presente em ações do restante, mas no final, a agressão existe do mesmo modo.

Neste mundinho vale muito mais o peito estufado e o nariz arrebitado, colocando de lado a competência real do indíviduo e alimentando a imagem de vencedor – ninguém vence de fato, ninguém é bonito de fato ou vazio o suficiente para ser melhor; as pessoas são fake e, por isso, sua moral também é, mais parecendo uma soma de regras para se tornar melhor que o indíviduo ao lado, mesmo não sendo nada além de oportunismo encarnado.

O que fazemos então para sobreviver entre hipocrisia e agressões desnecessárias?

Basta respeitar o código de ética da Máfia, fazendo dos seus mais seus e dos outros apenas gado. Utilizar-se de subterfúgios para favorecer os que lhe são caros não é errado, mas o que é certo é defender com unhas e dentes aqueles que lhe dão carinho. Eu faço isso e proclamo ainda que “quem não está comigo, está longe de mim”, mesmo sabendo que existem paranóicos que ainda prefiram o “quem não está comigo, está contra mim”.

Não estou contra ninguém, só a favor de mim mesmo e das pessoas que eu amo. Talvez, os dois ao mesmo tempo, mas garanto que me sacrifico mais pelo bem estar comum.

P.S.: Se você se submete a um regime de escravidão e tolhimento, desculpe-me, sua mente é limitada. Não queira fazer simplesmente parte do sistema, seja independente, saiba argumentar e viver. Uma hora, queridos, vocês serão abandonados e não saberão muito bem para onde ir – não sou seu pai, então não seja meu filho pródigo, pois essa parábola, queridos, é algo que vocês só vão entender quando estiverem com uma mão na frente e outra atrás.

3 comentários:

neely o'hara disse...

clap clap clap

=*

Anónimo disse...

humm...interessante...

Anónimo disse...

Somos tão complexos...