30.6.05

Outro dia eu falei que a música "Longe do meu lado" do Legião Urbana tinha muito de ligação com a minha realidade. Estava certo quando o disse, pois não queria mesmo estar apaixonado.

A letra vai abaixo, depois falo sobre:

Longe do Meu Lado

(Letra: Renato Russo
Música: Marcelo Bonfá)

Se a paixão fosse realmente um bálsamo
O mundo não pareceria tão equivocado
Te dou carinho, respeito e um afago
Mas entenda, eu não estou apaixonado

A paixão já passou em minha vida
Foi até bom mas ao final deu tudo errado
E agora carrego em mim
Uma dor triste, um coração cicatrizado

E olha que tentei o meu caminho
Mas tudo agora é coisa do passado
Quero respeito e sempre ter alguém
Que me entenda e sempre fique ao meu lado
Mas não, não quero estar apaixonado.

A paixão quer sangue e corações arruinados
E saudade é só mágoa por ter sido
Feito tanto estrago
E essa escravidão e essa dor
Não quero mais

Quando acreditei que tudo era um fato consumado
Veio a foice e jogou-te longe
Longe do meu lado

Não estou mais pronto para lágrimas
Podemos ficar juntos
E vivermos o futuro, não o passado
Veja o nosso mundo

Eu também sei que dizem
Que não existe amor errado
Mas entenda, não quero estar apaixonado.


Sei que essa música é muito verdadeira. Não dúvido que quando você está apaixonado você abre brechas para machucados enormes e coisas ruins, mas é tão bom a inconsequência pré-adolescente que isso causa, principalmente em espíritos como esse aqui, que são intensos e vivem buscando lâmpadas para circundar. Sim, eu sou uma mariposa, vivo voando em volta do que tem brilho e buscando um lugar para estar aquecido, mesmo que as minhas asas se chamusquem às vezes.

A uns meses atrás (ou semanas?) eu vivia falando "Mas entenda, não quero estar apaixonado". Mudou tudo! Mudou tudo mesmo. Meu mundo está virado ao avesso. Sabe o que é mais interessante? Eu não ligo pro amanhã. Aprendi a mandar tudo se foder, do jeito estranho que eu conheço e que me assusta, afinal, eu vivia assim quando dizia "... não quero estar apaixonado". Agora vivo como um adolescente idiota, intensificando meu peito, vivendo feito gente grande mas pulando pelos cantos como se tivesse 16 anos.

Só que não tenho 16. Tenho 25. A idade não importa muito, o que aconteceu é que regredi bem além da adolescência. "Sou criança e não conheço a verdade", como diria Cássia Eler, mas prefiro adaptar e dizer "sou criança e ignoro de propósito a verdade".

Os ignorantes são felizes, meus amigos, prefiro estar entre eles a manter essa cara azeda de quem diz saber demais. Aceitem o conselho da natureza e da Lisa Simpson: "quanto mais você sabe mais infeliz se é".

É, hoje eu não sei de nada e nem quero saber. Só sinto.

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